A verdade dos sentimentos custa caro
Não é sempre que estamos preparados para sentir tamanha carga energética e, em tantas outras situações atribuirmo-nas a nós de forma putativa.
Estive refletindo sobre a existência em seu mais amplo sentido e, em um dado momento, me questionei o porquê de sentirmos tanto.
Estamos tristes, de repente ficamos felizes, daqui a pouco estamos reflexivos, ora nos sentindo cheios, ora nos sentindo vazios e assim seguimos.
Consciência e racionalidade não se confundem. Essa dinâmica emocional se estende para além da raça humana. Se repararmos bem, perceberemos que tudo que tem vida, tem sentimentos. E no meio desse devaneio eu pude me imaginar vivendo numa dimensão onde não existiam sentimentos. Me assustei!
O sentir é algo inerente ao viver. É algo que reside na consciência e reflete no físico. Nós nos indignamos com a ira, nos abatemos com a tristeza, nos deprimimos com as frustrações e, por vezes, deixamos de lembrar a essencialidade de tudo isso.
Esquecemos que só estamos sentindo porque existimos. Porque somos energia cuja fonte é essa. Esse é o sentido da vida: sentir!
Lidar com tudo isso é sempre difícil. Controlar as emoções, os reflexos da consciência inconsciente, administrar tudo que passa pela nossa cabeça… Mas é importante lembrarmos de que só sente quem vive. De que só vive quem sente. E que uma grandeza faz parte da outra, como o Yin Yang.
Aceitar e receber o que se sente é a forma mais fluida e natural de se desfrutar de cada momento. Seja ele de tristeza, angústia, ansiedade; seja ele de alegria, regozijo e paz; nós não devemos nos esquivar ou tentar driblar aquilo que nos emociona. Sentimentos verdadeiros, como diriam os antigos filósofos, são ágapes: não têm nenhuma outra razão a não ser a de existir. Motivo pelo qual são tão caros, raros e preciosos.
(Esse texto é de Yan Morais, músico, poeta e, segundo ele, aspirante a advogado. É possível ver mais sobre o autor no instagram pessoal @yanmorais13 ou instagram literário @universolivremente)
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Luiza Moura.