Nuances da vida
O considerado “pai” da psicanalise Sigmund Freud já dizia “Somos feitos de carne, mas vivemos como se fôssemos de ferro”. Esta frase nunca foi tão atual. As pessoas estão frequentemente deixando de lado os seus sentimentos em busca de encontrar o tão almejado sucesso. Deve ser por isso que nunca tivemos uma sociedade tão doente psicologicamente.
Entretanto, o que na realidade determina o sucesso ou o fracasso na vida de alguém? Ultimamente venho pensando bastante nisso e cheguei à conclusão que depende bastante do ponto de vista do observador. Para alguns, “sucesso” é adquirir bens, status e títulos. Portanto, sucesso seria um currículo lattes invejável. Então, esta pessoa teria provavelmente uma postura controlada com gestos discretos, fala delicada e humor selecionado. Sucesso, para ela, seria ser indispensável, ser gênio, um talento ímpar, uma máquina de produção.
Para outros, o sucesso é ser star! É ser visto nas baladas, cobiçado por todos e todas. É ter a vida invejável, roupas, sapatos e tudo que está nos últimos catálogos da moda. “Falem bem, falem mal, mas falem de mim”: Dizem. Sucesso para estes é terem diversos amigos, serem chamados para muitas festas e não estarem em hipótese alguma sozinhos (pois estar sozinho dói).
Há tantas ramificações do que é ter sucesso que seria impossível descrever todas nesse pequeno e medíocre texto. Porém, sinto relembrar que existe um lugar onde todas as pessoas que já foram consideradas gênios da humanidade, indispensáveis em seu lugar social e estrelas de cinema, novela e televisão estão: o cemitério. Lá onde tudo acaba, inclusive, a ignorância de quem pensa que é melhor do que os outros.
Quando morremos o mundo continua acontecendo. É verdade que no espaço em que frequentamos ocorre uma instabilidade, pessoas ficam tristes, choram, e pensam: “ela era insubstituível”, contudo o tempo passa, aquele cargo que você ocupava é ocupado por outra pessoa e você transforma-se em uma lembrança boa que vai sendo cada vez menos recordada. Arrisco afirmar que pode chegar a parecer, pelo menos por um instante, que você nunca existiu.
Por isso afirmo: o que você vai tornar-se durante a sua vida pouco importa, mas sim o que você faz na jornada que terá valor.
Terá importância os momentos em que você se olhou no espelho e pensou: “realmente, hoje valeu apena estar vivo”. O fim para todos é o mesmo e é aí que está a graça da vida. Ela é passageira. Todas as nossas escolhas implicam em perdas e tudo bem. Nada do que você fez, viveu e produziu irá levar. Apenas deixará.
Então deixe o seu melhor sorriso, o seu melhor abraço e sua melhor lembrança. Este é na realidade o grande desafio: viver como se todos os dias fossem o último, ter coragem de enfrentar os medos e viver experiências incríveis que deixam de acontecer pelo simples fato de não acreditarmos em nós mesmos. Vivam, sonhem, sorriam tenham fé e coragem de tornar-se a sua melhor versão. Isto vale a pena, pois, como diria o poeta Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.
(Este texto é de Juliana Falcão, professora, poetisa e historiadora.)
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Luiza Moura.