No início deste ano, em meu trabalho, houve uma reunião de capacitação onde todos os profissionais de diversos segmentos se encontram. É uma ocasião bastante agradável, pois há um tempo para conversas, trocas e muitos risos.
Observei uma amiga que durante a manhã, parecia um pouco tensa e um tanto distante. Não tive a oportunidade, naquele momento, de me aproximar. Durante o intervalo, todos saíram para almoçar, não a vi. Quando retornei à sala, ela estava ao celular com o semblante ainda mais fechado!
Cumprimentei as poucas pessoas que ali estavam. Ela havia guardado o aparelho, assim aproveitei aquele átimo e comecei a declamar uma poesia antiga de minha autoria. Quando terminei ela sorria muito e com um brilho intenso em seu olhar!
O que estava se passando com ela? Não sei, não soube e tampouco tenho a curiosidade de saber. Porque o cerne de minha intenção eu obtive: ela sorriu de dentro para fora!
Há cerca de uma semana fui trabalhar e não estava com “a cabeça arrumada”. Passei boa parte da manhã com muita angústia! Quando adentrei a sala dos professores, ela estava lá. Sem que eu detalhasse, percebeu que havia algo incômodo em mim. Com poucas palavras, porém, não menos profundas, sintetizou que: “nossos problemas são livros na estante, e que alguns devem simplesmente permanecer onde estão!”
Agradeci com um sincero, forte e carinhoso abraço! Que no final das contas, eu mesma recebi!
Ivone Rosa
