FLAUTA ANDARILHA, DE A. G. RAMOS JUBÉ
FLAUTA ANDARILHA, DE A. G. RAMOS JUBÉ
Por Elias Antunes
- G. Ramos jubé, poeta de profundo talento, nasceu há cerca de um século e, desde moço, demonstrou grande dom para a poesia, para a literatura e para o Direito.
Como diversos escritores da primeira metade do século passado e, como as opções eram poucas, geralmente quem tinha pendores literários ia para o Direito.
Em “Flauta andarilha” a busca do verso perfeito, do sentido que mais tem afinidade com o dizer da poesia, A. G. Ramos Jubé consegue produzir efeitos muito líricos e filosóficos.
“Há que dizer uma palavra
e não posso.
Há que dizer o desejo
que todos sentem
de ser feliz.”
(JUBÉ, 1984, p. 13)
Ou nos comoventes versos do poema “Adeus, fevereiro”:
“Adeus, fevereiro!
E os fantasmas germinados no tinteiro,
as suas estrelas frias,
suas passageiras alegrias.”
(JUBÉ, 1984, p. 22)
Essa voz provinda de um passado cheio de aspectos fortes e delicados ao mesmo tempo, colocam a poesia de A. G. Ramos Jubé entre as boas leituras poéticas.
Necessário ler os poetas atuais, principalmente aqueles que apresentam a poesia como mergulho de profundidade, mas resgatar os bons poetas também é fundamental.
Fonte da imagem: Foto do autor.