A próxima estação
A próxima estação
Vem “Jobim” da o “Tom”
Junta com “Elis” também
A chuva cai com o som
que as folhas do outono tem
O fim do caminho vai comecar
com mais uma nova estação
as águas de Março vão levar
Os raios de sol do verão
Um pouco sozinho as vezes é bom
ver as folhas caindo a colorir
um resto de toco, um lápis, um dom
e lá se vão raios de versos fluir
São asas do céu ao chão
“o pão nosso de cada dia”
e nesse quer queira ou não
o vento vem trazendo alegria
E é na fragilidade da vida
que o detalhe se faz essencial
no caco de vidro, no anzol ou ferida
no laço da noite invadindo o quintal
Tombamos da ribanceira
mas não é o fim da picada
as águas dançam na cumeera
tem um novo começo no fim da estrada
Há tanto do verbo ser na canção
do prego ao ponto, da casa a projetar
do conto, do gesto, do José ao João
da vida que o coração promete guardar
Josileine Pessoa F Gonçalves
Imagem: Arquivo da autora