Erick Bernardes

Bangu e algumas histórias

Série: Histórias do Brasil (conto XI)

Quando ouvia falar em Bangu logo minha memória relacionava o nome daquele jogador que lesionou o joelho do Zico ao maior vilão de todos os tempos: o capeta vermelho. Claro, né! Ver o “Galinho de Quintino” rolar de dor no chão e desfalcar o time do Flamengo marcou demais a minha infância. Recordo bem, o algoz Marcio Nunes me fez querer manter distância de tudo que se relacionava com o bairro Bangu. Responsável declarado pela contusão do craque do flamengo. Mas acabou, graças a Deus que acabou. Hoje conheço bem a localidade e os queridos moradores do bairro, o nosso Zico entrou para a história e os amigos me fizeram amar esse lugar repleto de gente bacana. Esqueci a cara de maldade do tal atleta. Deus é bom!

Dia desses, num daqueles bate-papos informais e divertidos, a amiga Fernanda mencionou a origem do nome Bangu. Pois é, a partir da narrativa do esposo, tendo ele trabalhado no próprio bairro em questão, a história acerca do registro territorial veio à tona. Segundo Fernanda, os antigos moradores afirmam haver no local uma enorme formação rochosa capaz de encobrir a luz solar durante as tardes escaldantes (e põe escaldante nisso). Daí por diante, o leitor entenderá: a junção de “Bang” (paredão) ao sufixo “ú” (escuro) culminou na nomenclatura de raiz tupi do bairro em questão — e, assim, o famoso Bangu teria surgido como um dos lugares mais conhecidos do Rio de Janeiro. Moradores bacanas, pessoal acolhedor, isso vale a pena recordar.

Fonte: Shutterstock

Eu poderia falar de calor humano, em favor de algum trocadilho, com vistas a chamar atenção para o fato de Bangu ser considerado um dos bairros mais quentes do Rio. Mas não, prefiro referir aos simpáticos amigos de lá e também ao charmoso futebol do time do Bangu. A zaga mais eficiente do mundo, paredão vermelho e branco de antigamente. Verdade, a equipe do Bangu revelou maestria, sucessos perdidos no tempo e a impertinência do relógio a me dizer sem preâmbulos que preciso encerrar esta história. Abraço, pessoal!

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Erick Bernardes

A mesmice e a previsibilidade cotidiana estão na contramão do prazer de viver. Acredito que a rotina do homem moderno é a causadora do tédio. Por isso, sugiro que façamos algo novo sempre que pudermos: é bom surpreendermos alguém ou até presentearmos a nós mesmos com a atitude inesperada da leitura descompromissada. Importa (ao meu ver) sentirmos o gosto de “ser”; pormos uma pitadinha de sabor literário no tempero da nossa existência. Que tal uma poesia, um conto ou um romance? É esse o meu propósito, o saber por meio do sabor de que a literatura é capaz proporcionar. Como professor, escritor e palestrante tenho me dedicado a divulgar a cultura e a arte. Sou Mestre em Letras pela Faculdade de Formação de Professores da UERJ e componho para a Revista Entre Poetas e Poesias — e cujo objetivo é disseminar a arte pelo Brasil. Escrevo para o Jornal Daki: a notícia que interessa, sob a proposta de resgatar a memória da cidade sob a forma de crônicas literárias recheadas de aspectos poéticos. Além disso, tenho me dedicado com afinco a palestrar nas escolas e eventos culturais sobre o meu livro Panapaná: contos sombrios e o livro Cambada: crônicas de papa-goiabas, cujos textos buscam recontar o passado recente de forma quase fabular, valendo-me da ótica do entretenimento ficcional. Mergulhe no universo da leitura, leia as muitas histórias curiosas e divertidas escritas especialmente para você. Para quem queira entrar em contato comigo: ergalharti@hotmail.com e site: https://escritorerick.weebly.com/ ou meu celular\whatsapp: 98571-9114.

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