Nosso Cordel – “Um cordel de Natal” – Renato Cardoso
@professorrenatocardoso / @devaneiosdumpoeta
Um cordel de Natal
Renato Cardoso
No alto da montanha vejo
uma cruz a cintilar,
lembrando o mestre Jesus
que veio a Terra salvar.
Puro amor nos ensinou,
nos colocando a pensar.
Será que o homem entendeu
grande ensinamento dado?
Amar o próximo nunca
foi nem mesmo executado
Triste homem que nunca amou,
será sempre maculado.
Vinte e cinco de dezembro,
a estrela foi avistada,
fazendo da Ave Maria
a querida mãe sagrada,
e do menino nascido
a grande alma a ser honrada.
O menino foi crescendo
E de Jesus nomeado.
Milagres foi realizando,
Mostrando-se afortunado.
Os incrédulos não viam
o messias esperado.
A corte ficou com medo,
O grande império assustado,
Com multidão que escoltava
O príncipe idolatrado.
Com doze belos apóstolos
deu voz ao seu reinado.
Reino sem muros, correntes,
repetido a toda parte,
curando leprosos, cegos,
transformando amor em arte.
Não deixando que arremessem
A pedra que lhe reparte.
Tristemente Ele sofreu,
como bandido foi preso.
Renegado e perseguido,
sem sequer sair ileso,
com um beijo foi entregue,
e tratado com desprezo.
E na cruz Ele morreu,
para deixar seu recado,
que com amor, grande amor
se faz, mundo imaculado.
E para os filhos, discípulos
fica tudo a ser herdado.
A humanidade falhou
por séculos a passar.
E tudo foi esquecido,
a cruz deixou de reinar,
passando a um triste velhinho
toda grata honra a se dar.
A origem saiu de cena,
dando lugar ao presente,
em um consumismo obsceno,
num egoísmo transparente.
E a mensagem dada ao próximo?
Ela sumiu, infelizmente.
Na noite que se aproxima,
olhe pro céu e agradeça.
E não se esqueça Daquele
antes que a carne pereça,
pois só Ele salvará,
e que o sermão prevaleça.
Conceda a dádiva a todos
e dela nunca se esqueça
O sumo amor veio ao mundo
Logo, Ele sempre ofereça,
fazendo do melhor dia,
que no eterno permaneça.