Tempo de empatia
Este tempo
Escasso em sua essência
Reveste-se de alegorias fictícias
Fingimento, endurecimento…
Afastamos do sentimento
O que deveria vir de dentro
Mas que por fora aparece de forma vil
Apenas para dizer: “Viu, eu não disse?”
Quando na mesmice
O que disse deveria vir
Em acolhimento
A qualquer tempo
Porque empatia
É revestir-se de acalento!
(Michelle Carvalho)
O que move as pessoas que querem regrar e engessar a vida do outro como se as suas soluções fossem as melhores e únicas verdades para a vida alheia?
Vejo tanta gente ser ditadora de respostas e soluções mágicas a ponto de sentirem-se enraivecidas pelo outro não solucionar seus problemas conforme elas ditam ou mandam, como se sua indicação fosse a chave mágica!
Seria mesmo por empatia e desejo de ajudar ou para refastelar-se na ideia de que suas palavras mudaram tudo e enfim poder dizer: “Viu, eu não disse que tinha que fazer isso?”. Tal qual reis que são superiores e felicitam-se, não com o sucesso da resolução do problema do outro, mas vangloriam-se porque a solução foi sua?
Já notaram que este tipo de atitude normalmente vem daquela pessoa que também fica louca para dar tudo errado na vida do outro quando o mesmo não toma as diretrizes que o mesmo indicou? Aí o discurso é: “Viu? Eu disse pra você fazer diferente! Bem feito!”
Torce para dar errado por não enxergar que o mundo é repleto de possibilidades, que tudo depende do ângulo de quem olha, da dor de quem sente, da disposição dos fatos, das necessidades, enfim, de tantas coisas… Principalmente do querer e do momento de preparo do outro…
Não existe fórmula mágica para a vida de ninguém, existem momentos de alegria e também de dor… Existem regiões dentro de nós que somente as perdas nos fazem alcançar e estas precisam ser encaradas, vividas e superadas para que sejamos mais profundos em nós mesmos.
Já a alegria muitas vezes não é vivida na mesma intensidade que a dor, afinal, é raro alguém querer impor e gerenciar sua alegria como faz com as dores, não é?
As alegrias nos suspendem do chão, nos fazem flutuar, já as dores nos trazem a fincar os pés no solo, por isso a gravidade destes momentos nos fazem perdurar e remoer as sensações das dores.
Empatia de verdade é evoluir, é acolher, ajudar, ouvir, respeitar e entender o tempo de cada um. Compreender os momentos de maturação que divergem de uns para os outros, afinal, a sociedade é composta de pessoas, não sendo ninguém igual a ninguém. E exatamente nestas diferenças, sejam de evolução ou de estágios, que mora a grandiosidade da vida: Cada um é único e diferente!
Empatia é perguntar sobre o sentimento e a dor do outro, notar e prestar a atenção nos sinais que as pessoas emitem, interessar-se pelo que o outro fala, seja quando apresenta seu trabalho, quando conta um problema ou até mesmo em uma conversa corriqueira.
Estamos começando a ver que a fórmula usada em um, não necessariamente enquadrar-se á no outro. Estamos aprendendo a descobrir novos rumos e caminhos para adequar a vida sem encaixotar, podar e gerir pessoas sem que as coloquemos em caixas as quais elas não cabem.
Michelle Carvalho
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