Luis Amorim

Guardar sonhos numa caixa

Guardar sonhos numa caixa

«Guardar sonhos numa caixa
Para se perder nada»
Pensou em voz baixa
Apenas a sua escutada
Na biblioteca da baixa
A cidade lá fora
Constantemente agitada
Sem a calma da hora
Pela jovem partilhada
Com livros de sobra
Para sonhar acordada
E perder não querendo
Conteúdos que esquecendo
Sempre foram sucedendo
Quando de caixa não lembrou
Durante o tempo que passou
Como o melhor sentido
Para nenhum ficar perdido
No momento da decisão
Visando sonho em concretização.
Por isso, tarefa gizada
Com obra tanta sentada
Junto de si em consultada
Missão sobre parte sonhada
Na população desencontrada
As vezes por maioria
Conhecerá em breve dia
A caixa edificada
Com sólido material
De resistência fundamental
Para ter acondicionada
Toda a visita entrada
Em sonho aparentada
Para que daí em diante
Sua vida tenha o garante
Que jamais por esquecido
Qualquer sonho seja remetido
A estado esse
«Que agora vê-se
Adequado não é
À minha enorme fé
Por sonhos à beira
De mim própria, inteira
Com eles mais completa
E doravante certa
Que ficarei repleta
De justificada satisfação
Caso os tenha por opção
Quando lhes der validação
Para realizados serem
E enfim me pertencerem
Com a felicidade pretendida
A estar ali como prometida
Pois parte já faz
De sonho bem capaz
Escolher seu recanto
E rezar ao santo
Por sua final saída
Realizável para vida
A minha por definida
Como a especial jovem
Abençoada também
Ao ser mulher de bem.
Mas para a ocasião
Esta em consideração
Terei de dar começo
Talvez com ajuda de terço
Pois eles uma religião
Sempre, para mim, serão
E acção de guardar
Sonhos de bem-estar
Farei por colocar
Numa caixa já idealizada
Como realmente ajustada
A ficar povoada
Com sonhos confiantes
Amanhã, agora e antes
De serem todos eles importantes.»

Fonte da imagem: Foto do Autor

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Luís Amorim

Luís Amorim, natural de Oeiras, Portugal, escreve poesia e prosa desde 2005. Tem já escritas cerca de 2800 histórias com 106 livros de ficção publicados, entre os quais, um primeiro em inglês, "Cinema I", onde responde por 28 heterónimos (em prosa e poesia). Dos livros em prosa, tem vinte e oito da série “Contos”, “Terra Ausente”, “A Chegada do Papa” e dois livros de “Pensamentos”. Na poesia, igualmente diversas séries de livros têm alguns volumes, como “Mulheres”, “Tele-visões”, “Almas”, “Sombras”, “Sonhos”, “Fantasias”, “Senhoras” e o herói juvenil “Esquilo-branco”. Todos estas obras de poesia citadas, integram os designados contos poéticos, assim identificados pelo autor, aos quais se acrescentam “Lendas”, “Campeões”, “Músicas”, “Turismo”, “Palavras”, "Flores", “27 Flores”, “Todas as Flores” e mais outros sete do universo “Flores”, onde este elemento surge em todos os enredos, como por exemplo “A ceia do bispo e outros contos poéticos”. A escrita também foi posta em narrativas poéticas, “Beatriz” (inspirada na personagem de "A Divina Comédia" de Dante Alighieri), “Paz”, “O Viajante”, “O Sino”, “A Sereia” e “O Mapa”, este com 3016 versos. Ainda a registar em poesia, “Refrões”, “Sonetos”, “Trovas” e quatro volumes de “Canções”. Dois livros foram publicados segunda vez, então com ilustrações de Paulo Pinto (“Almas”) e Liliana Maia (“Fantasias”). Luís Amorim foi seleccionado por 313 vezes com contos e poemas seus em concursos literários para antologias em livros, revistas e jornais em Portugal, Brasil, Suíça, Colômbia, EUA, Inglaterra e Bangladesh. É colunista da revista “Entre Poetas & Poesias” a partir de 2022 e integrante desde 2021 do Coletivo “Maldohorror”, onde histórias suas são publicadas em ambos os sítios, com regularidade. Tem igualmente publicados 32 livros de Desporto (Automobilismo, Hipismo, Futebol, Vela, Motociclismo) e 4 de Fotografia, o que somando aos 106 de ficção, perfaz um total de 142 livros publicados.

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