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Fonte da imagem: Foto do acervo do autor
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SINOPSE
Em um século tomado pelas ameaças alienígenas de diferentes raças, uma equipe de profissionais contratados pelo governo americano tenta solucionar o problema que os ameaça. Uma viagem para um planeta fora do nosso sistema solar é feita, porém o sucesso esperado da captura dos seres inteligentemente hostis, é dada como falha após um massacre. Meses depois a segunda equipe destinada ao desafio, consegue capturar o ser superior que dizimou a primeira equipe fora de solo terrestre. Como apaziguar um ser que mostra capacidade para amar, mas não para compreender o que tal sentimento realmente significa?
Baseado em um episódio do reboot de Além da Imaginação. Ano: 2002.
GRIM
“PEGUEM ELA!”
“MATEM-NA!”
Grim não ouvia mais nada além dos gritos eufóricos esbravejados pelos homens que a perseguiam. Vociferavam como leões atrás de suas presas em meio aquela caliginosa floresta, cada qual portando qualquer coisa que servisse como instrumento de ataque.
“ELA ESTÁ SUBINDO NA ÁRVORE, RÁPIDO!”
Grim escalava a árvore com toda pressa possível, tentando se desviar das balas que seguiam em sua direção. Os galhos saíam do tronco a partir de uma altura elevada.
Curioso como o medo nos faz reagir de formas, muita vezes, anormais e surpreendentes.
Grim já estava alto o suficiente para que não lhe alcançassem. Nenhum deles parecia racional naquele momento. Só queriam matá-la a todo custo.
Um dos homens bradou para que a árvore fosse cortada. Não demorou para que as batidas do machado no tronco da árvore começassem a ser ouvidas por Grim.
Naquele momento, ela apenas estava tomada pelo medo. Exaustão.
Seu corpo começou a sentir um torpor e sua cabeça girou lhe causando tonturas.
“MAIS RÁPIDO!”
Os homens gritavam.
A árvore caiu.
A chuva que começava a cair misturou-se com as lágrimas que caíam dos olhos da amedrontada criatura cor verde-musgo, que agora era pisoteada pelos homens que lutavam uns contra os outros para decidirem quem lhe tiraria a vida.
Parou de lutar e apenas aceitou o que viria.
“PEGUEM ELA!”
“MATEM-NA!”
Seus pés já cansados da fuga apreensiva cortavam caminhos por entre as árvores, cambaleantes pela relva escorregadia.
Novamente estava sendo perseguida odiosamente por pessoas que desconhecia. Seus rostos expressivos e pavorosos eram familiares. Mas por mais que tentasse, não conseguia se lembrar.
Um modo de escape diferente era tentativas falhas. Eles sabiam como encontrá-la, como desarmá-la, como matá-la. E sempre era da pior forma possível.
“Eu não fiz nada!”
Ela sempre gritava. Em meio a tantas mortes às quais foi sentenciada, nunca sabia o motivo de tanto rancor.
***
A mulher fazia anotações em um computador a sua frente. Um cubículo frio e desconfortável estava logo ali. A vidraça da sala lhe separava do caos interno.
— Raça alienígena não identificada. Protótipo de teste 345 em progresso. Removendo momentos importantes da memória da cobaia, recriamos em nossos computadores os acontecimentos ligados ao assassinato que a mesma cometeu. O próximo teste incluirá sua prisão neste prédio.
Projetamos um ambiente de sonho repetitivo onde a cobaia se colocará no lugar das pessoas que assassinou. De qualquer modo, é apenas uma imagem virtual.
Indo da fase de consentimento e medo para a fase de aceitação total.
A colocaremos em uma situação mais traumatizante que a outra. Incluindo sua inexplicável paixão pelo Dr. Grant, a quem assassinou em uma viagem a seu planeta. Neste próximo quadro que iremos programar, ela será morta do mesmo modo como o matou. Após isso, iniciaremos o estágio de familiarização com seres humanos não hostis.
Esperamos que em alguns anos, este programa traga excepcionais avanços nos estudos dos seres alienígenas.
As prisões de Grim estão longe de serem reais. Não possuem muros ou proteções, nem mesmo o vigiar de olhos treinados.
Um estado mental do qual não há como fugir. Uma dor que ela sentirá, até ser capaz de não causar nenhuma.
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