16 horas de escritaVOCÊ ESCRITOR!

Projeto 16 horas de escrita – Domingo pandêmico – Gabriel Marcolino

Domingo pandêmico

O caotinintelisurdenizante grito CRAVA!, finca, ESGARÇA!, rincha e MATA!
Furaqueia!
Risca e grita e trinca em rincho o guincho que ínfima unha agarranha ao meu redor

SE
QUE
BRA! Escapa,
es
corre,
es
coa,
e

afunda

num sílveo sussurro cessante que sopra…….
expira….
some……
desaparece…

E o silêncio…? o silêncio anda frio. Ora sopra um sopro,
ora sibila um silvo…
com
a brisa,
ronda
e
vagueia
dança
e serpeia
sobre as ruas,
estradas
nuas
caminhos
vazios.

Não se ouve um pio pelas calçadas
.
.
.
Não há ninguém,
sim,
não há gente alguma
Não gritam, sussurram, ou são mudas,
tampouco normais e indiferentes.
São nada
…subitamente…

Só resta o silêncio que sopra… acolhe o nada e traz…
a ninguém;
acolhe o nada e só;
preenche o oco das veias da cidade sem sangue,
e o esgueira pelos batentes das janelas, num regato de ar;
move o pó, move o linho, o tecido,
e quaquer que ficou suspensa no tempo,
gota
no espaço eterno e infinito entre a torneir
a

e a pia.

……….o eco entra por uma janela e sai por outra………
Arrepia algumas folhas, e talvez soe em monocórdio o violão,
talvez soe no copo sobre a mesa, o copo com um resto d’água,
e ainda talvez mexa o ovo sobre a mesa,
o ovo parado ante o abismo da quina da mesa.
O oco,
ele caia……..?!
com que
vai fazer
coisa
Alguma

ele passa pelas janelas.
Ainda vai se arrancar dali. A janela. Vou chutá-la daqui.
Vai cair com a grade, vai cair os onze andares,
e espatifar-se lá embaixo;
um morto rangido de metal e vidro, um suicídio,
lá em
b
a
i
x
……o……

Ninguém vai se assustar.
Vai cair como qualquer coisa que caia.
Uma flor, um fruto, uma palavra
.. . . … .. .a p..o.e. i..ra.. s..o . br..e ..os.. mó..v .ei..s… ..

o Sol

Pode queimar a pino, e não existir sombra alguma;
pode a luz triunfar sobre trevas quaisquer,
e vai ninguém ver, vai ninguém ouvir, ou se assustar…
O morto vai fundir-se
e ser tragatomadacolhido,
a qualquer hora dessas,
sem compromisso,

pelo seu sepulcro público, seu caixão sem tampa,
deixando a paisagem mais belamente mórbida…
ou só bela,
ou só nada.
Porque, talvez, ela sempre estivesse ali,
não se pode dizer que ela sempre esteve ali?

a janela. Sim,
vou arrancá-la daqui e me sentar,
enquanto ouço o silêncio que sopra frio
na cidade fechada permanentemente
um espaço de tempo tão longo quanto a palavra

permanentementementementementemente…

como se nunca houvesse sido construída

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Redação

A Revista "Entre Poetas & Poesias" surgiu para divulgar a arte e a cultura em São Gonçalo e Região. Um projeto criado e coordenado pelo professor Renato Cardoso, que junto a 26 colunistas, irá proporcionar um espaço agradável de pura arte. Contatos WhatsApp: (21) 994736353 Facebook: facebook.com/revistaentrepoetasepoesias Email: revistaentrepoetasepoesias@gmail.com.br

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