Da minha janela
Ela parece tão plena
Tão serena
Tão dona de si
Sua luz irradia de longe
Avisto sua fronte
Que brilha sem se esforçar
Ela sorri com os olhos
Com seu toque
Até no pisar
Ela é única
E suas diferenças são o quê a fazem reverberar
E em meio a tantas janelas que a observam
Sua energia tão sincera
Irradia os vitrais como se fossem cristais
As luzes diversas
Descobrem e redescobrem a beleza de dançar
Brilhando em diferentes tons
Desnudam-se em novas tonalidades
Multifacetadas…
Capazes de transformar toda a paisagem
Por onde atravessar
Entretanto, para minha surpresa
A moça que vejo da minha janela
Não sabe que pode brilhar
Ela não vê como a vejo
E quase por um desleixo
Ia se esquecendo de cintilar
Só então entendi que,
Da janela de onde vejo
Escolhi polir bem
Para melhor enxergar
Somente assim
Pude compreender
Que tudo o que vejo
Torna-se responsabilidade minha
Pois foi como escolhi ver
E da minha janela
Escolhi curar
Cuidando com todo o carinho
Para o melhor enxergar
Da minha janela
Vejo as diferenças
E toda a beleza que nela há
Incluo cores sortidas
Para dar mais sabor a vida
Que muitos tentam desbotar
Priorizei vestir de glitter
A todos e tudo
Que da minha janela
Vejo passar
Talvez fosse uma professora
Que em meio a tantas outras janelas
Mesmo cansada
Ainda luta para transformar
Martha Santos = Martha Daniele (breve descrição): Mulher, negra, mãe de Pessoa com TEA e DI , Graduanda em Pedagogia pela UERJ através do Consórcio CEDERJ, estudiosa e curiosa sobre temas relacionados a “Inclusão das diversidades na perspectiva da Educação na formação humana através do Afeto positivo e das emoções” e dos “impactos do diagnóstico na Educação”. Apaixonada por movimentos de Comunicação e acessibilidade diversos, dentre eles a LIBRAS. É atuante nos processos formativos mobilizados pelo COLEI da FFP/UERJ.
