Crônica Relicário
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Quem nunca ouviu alguém falar que a vida é o maior presente que podemos receber. Para quem crê em Deus ou em alguma força superior essa afirmação se torna mais real ainda. Entretanto poucos se indagam se estão fazendo jus a esse “presente”. O que fazemos no instante em que nascemos até o último suspiro é o que realmente importa. A primeira questão que precisamos entender é que devemos valorizar a vida inconteste, pois se é um “presente” seria lamentável de nossa parte desperdiçá-lo ou fazermos uma desfeita. Torná-la leve é o início de uma jornada feliz e harmônica. Não estamos livres das intempéries e tragédias pessoais, mas ancorar em negatividade diária não é normal. Por isso, se essa nuvem negra persistir em ficar é imperioso que busquemos ajuda profissional imediata.
Fazendo uma pequena analogia podemos utilizar nosso coração como referência para facilitar o entendimento. Digamos que nosso coração é um relicário que temos dentro de nós. Assim que nascemos ele vem levíssimo e novinho em folha. Com o avançar dos anos vamos reunindo inúmeros sentimentos e sensações vividas. Acumulando experiências e adquirindo na prática tudo aquilo aprendido desde então. Nem tudo nessa vida são flores e é aí que mora o perigo. Ao invés de guardarmos boas recordações, amores vividos, amizades conquistadas e abraços dados e recebidos acabamos por encher nosso relicário de lixos sentimentais que só nos fazem mal. Infelizmente vamos deixando nosso precioso relicário pesado, que além de fazer mal ao corpo físico acaba por transbordar no lado da nossa sanidade mental.
Vamos experimentar diariamente a limpeza de nosso relicário varrendo a tristeza, mágoa, inveja, ciúme, ódio e tantos outros sentimentos perniciosos que infestam nosso corpo e espírito. Esse é um grande passo para tentar enchê-lo bastante com muita fé, alegria, gratidão, resiliência, empatia e amor em abundância, pois esse último jamais será em excesso.
Assim como enfeitamos um jarro com lindas flores façamos o mesmo com nosso relicário, o enfeitando com os mais belos sentimentos do universo.
Por Renatto D’Euthymio
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