O Léxico do dia a dia – Parte II
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Se vamos falar de léxico não podemos esquecer dessa palavra que dificilmente poderá ser sintetizada ou tratada como as demais. A palavra Esperança vem carregada de um peso que não cabe em mil dicionários e de uma presença que não enche centenas de bibliotecas, pois ela está aquilatada no mais íntimo de cada pessoa.
Essa é o tipo de palavra que transborda o coração das pessoas que nela se agarram como a uma tábua de salvação em alto mar. Está bem presente também na mente daqueles que não pensam em outra coisa a não ser na possibilidade ou perspectiva de algo que está por vir. Entretanto é em forma de oração que ela se encontra lindamente empregada, onde depositamos nas mãos de Deus que nos conceda algo que buscamos com avidez. Essa palavrinha é tão significante que remete a procura de algo que muito desejamos: Emprego, dinheiro, viagens, carro ou imóveis, saúde para si ou um ente, felicidade, casamento, fé, filhos ou apenas dias melhores. Às vezes nossas vontades não se realizam e logo maldizemos essa palavra, inclusive vociferando que não mais faremos uso dela por falsas ‘esperanças’. Promessas vãs, pois o certo mesmo é que logo na primeira oportunidade a agarramos com unhas e dentes de forma redobrada nos ensinando que dela somos dependentes. Acredito ser uma relação sine qua non entre nós e a Esperança, escrita, dita ou pensada, e se por algum acaso não mais a tivermos a essência da vida se esvai.
Tenho tanto respeito e afeto por essa palavra que é quase uma persona, um algo materializado que passei a utilizar na forma de verbo esperançar. Na minha opinião, essa palavra vive em movimento funcionando além de suas expectativas e trazendo mais do que simples vocabulário ao nosso quotidiano.
Por Renatto D’Euthymio
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