Kathlyn Almeida
Fora da caixinha
A gente apanha e levanta
Um grito
Um nó na garganta!
A gente apanha
A lágrima escorre
O sangue desce
Apanha dos privilégios
Da falta de oportunidade
Da branquitude
De tanta maldade
Da impunidade
A gente apanha da PM
Da meritocracia
Do sistema
Da covardia
A gente apanha quando nos silenciam
Quando não se deixa calar
Quando se dá por vencido
A gente apanha até quando chega lá
Apanha do olhar
Preta?
Graduada?
Como?
Apanhando
Preto doutor?
Na base da surra
E mesmo quando não se é fruto das camadas populares
A gente apanha da dúvida
Dos desconfortos
De ter a pele
O cabelo
Traços de um povo que apanhou aqui desde que chegou!
Gritos ecoaram
Homens e mulheres apanharam
Mas hoje vou erguer a cabeça
Hoje verão que um filho preto não foge a luta
Que apesar de apanhar, vai bater também
Por Kathlyn Almeida
👉🏾 me siga em: @akathlynalmeidaoficial