Florão da América
Olha o mapa-mundi.
Volto meu olhar para a América.
Tão esplêndida! Tão cheia de si!
Desço meus olhos em direção ao Sul
E vejo o Florão da América deitado em berço esplêndido.
Quanto orgulho já tive de ti!
Quantas vezes te cantei!
Quantas vezes me envaideci de teus lindos campos!
Ele tinha mais flores;
Nossos bosques tinham mais vidas;
Em nossos seios, mais amores.
Hoje tenho pena de ti, ó Florão da América.
Teus bosques se foram quase tudo;
Tuas flores também.
E o amor?
Bom… quanto ao amor…
Este foi esmagado pela corrupção de seus governantes
E pelo descaso e ganância de seus filhos.
Teus verdes bosques se foram com o desmatamento;
Teus lindos campos viraram deserto…
Tudo o que conseguimos conquistar com braço forte
Estão nos tomando;
Estão destruindo…
Já não tens mais ordem – e o que teus filhos chamam de Progresso não passa de destruição.
E temo quem te adora a própria morte, Terra Adorada!
Temo sim, pois teus filhos estão fugindo à luta.
Já não há quem te proteja.
Hoje vou dormir um pouco mais tarde.
Vou olhar este Florão da América no mapa até mais tarde,
Pois amanhã ele poderá não mais existir.