Marcos Pereira

HOMESCHOOLING

“Ensino domiciliar”: este é o termo utilizado aqui no Brasil para as famílias que praticam o ensino de seus filhos fora da escola, e com a chegada do Covid-19, este tema tornar-se mais evidente no mundo estudantil.

Antes da pandemia, de acordo com Aned (Associação Nacional de Educação Domiciliar), o Brasil possui 7.500 famílias praticantes deste no novo tipo de aprendizagem. Em sua grande maioria, são famílias com um alto padrão econômico, o que evidencia que este método não funcionaria para a grande população brasileira, ainda mais agora que conforme o ministro Paulo Guedes, os livros que são a melhor arma contra essa desigualdade, serão taxados por serem um produto de elite.

Como podemos observar, o Homeschooling faz com que cada vez mais as classes mais necessitadas sejam fadadas a serem um exército de servidores, pois os pais que não possuem uma educação adequada não podem cumprir com todas as regras necessárias para suprir a necessidade das crianças no seu desenvolvimento.

Na realidade, o termo nascido na Inglaterra só vem a demonstrar que cada vez mais a massa da população é excluída de uma educação e interação social de qualidade.

Conforme a Constituição brasileira, a educação é direito de todo cidadão, pois reza que o Estado tem a obrigação de fornecer um ensino gratuito dos quatro aos dezessete anos de idade, mas o que vemos é uma enorme deficiência de aprendizado, levando-nos aos piores índices de formação escolar, além da desvalorização da classe de professores.

Como poderemos ser um país tecnológico se o governo não investe em condições básicas? Será que nunca passaremos de um país agrícola?

A educação domiciliar tinha uma forte presença na fala de quem havia se comprometido com o slogan “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos” e foi através deste acordo firmado com a bancada religiosa, que se gerou o projeto de lei sobre o tema.

Com essa atitude, somos levados a pensar: Qual será o futuro do professor? Qual o propósito de se passar quatro anos na faculdade ou até mais para se tornar um mestre?

Enquanto outros países incentivam a educação e os seus responsáveis, o Brasil caminha visivelmente na contramão, destruindo a imagem daqueles que transferem conhecimento e que lutam para que a cultura não seja negada a população, pois não se apropria cultura sem estar inserido em uma relação social, onde a criticidade e o diálogo fazem parte do conhecimento do mundo em que vivemos.

Marcos Pereira

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