16 horas de escritaLuis Amorim

Projeto 16 horas de escrita – Poema: “A mulher no jardim” – Luis Amorim

Projeto em homenagem ao Dia Mundial da Poesia

A mulher no jardim

História sem fim
E ausente de festim
A mulher no jardim
Não tinha paradeiro
Outro que roteiro
Lhe desse por inteiro
Estando sempre ali
Conforme eu li
E muito reli
Para dar notório
Em nada ilusório
Que para vê-la
Nunca seria janela
A revelar figura
Deveras tão pura
Que só jardim
Permitia assim.
Portanto, saída
Em passo de corrida
Eu dava na vida
Como bem merecida
No jardim direcção
Pois sabia de antemão
Que não teria mão
Em mim no caso
De ter algum atraso
E perder curioso
Mas tão precioso
Momento vistoso
Para ela olhando
Mais que observando
Até fundo da alma
Sorrindo calma
Sem outra vivalma
Que não eu diante
Mulher radiante
Sorrindo constante
Mas apenas quando
Estava ali eu rodeando
A dona do jardim
Se poderia dizer assim
E pensar sem fim
Nos tempos contados
Como bem partilhados.
Quando de lá saía
Depressa caía
No regresso vontade
Que tinha idade
Desde que a conhecera
Numa outra esfera
Relida vezes sem conta
Cada vez mais pronta
Na leitura infinita
Sem real desdita
Porque influência
De outra frequência
Não teria incidência
Para abalar valência
Com ela por referência.
Dando chegada
Já queria mudada
Vida encontrada
Ao retorno ditada
Na melhor escolha
Que nem a folha
Onde a via literária
Mudava por diária
Que só consistia
No jardim que vencia
Toda e qualquer azia
Que nada me dizia
Além do que merecia
E muito deveria
Ser para regresso
Eu dar por acesso
Ao jardim só dela
A mulher tão bela
Sorrindo à sua janela.

Fonte da imagem: Foto do Autor

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Luís Amorim

Luís Amorim, natural de Oeiras, Portugal, escreve poesia e prosa desde 2005. Tem já escritas cerca de 2800 histórias com 106 livros de ficção publicados, entre os quais, um primeiro em inglês, "Cinema I", onde responde por 28 heterónimos (em prosa e poesia). Dos livros em prosa, tem vinte e oito da série “Contos”, “Terra Ausente”, “A Chegada do Papa” e dois livros de “Pensamentos”. Na poesia, igualmente diversas séries de livros têm alguns volumes, como “Mulheres”, “Tele-visões”, “Almas”, “Sombras”, “Sonhos”, “Fantasias”, “Senhoras” e o herói juvenil “Esquilo-branco”. Todos estas obras de poesia citadas, integram os designados contos poéticos, assim identificados pelo autor, aos quais se acrescentam “Lendas”, “Campeões”, “Músicas”, “Turismo”, “Palavras”, "Flores", “27 Flores”, “Todas as Flores” e mais outros sete do universo “Flores”, onde este elemento surge em todos os enredos, como por exemplo “A ceia do bispo e outros contos poéticos”. A escrita também foi posta em narrativas poéticas, “Beatriz” (inspirada na personagem de "A Divina Comédia" de Dante Alighieri), “Paz”, “O Viajante”, “O Sino”, “A Sereia” e “O Mapa”, este com 3016 versos. Ainda a registar em poesia, “Refrões”, “Sonetos”, “Trovas” e quatro volumes de “Canções”. Dois livros foram publicados segunda vez, então com ilustrações de Paulo Pinto (“Almas”) e Liliana Maia (“Fantasias”). Luís Amorim foi seleccionado por 312 vezes com contos e poemas seus em concursos literários para antologias em livros, revistas e jornais em Portugal, Brasil, Suíça, Colômbia, EUA, Inglaterra e Bangladesh. É colunista da revista “Entre Poetas & Poesias” a partir de 2022 e integrante desde 2021 do Coletivo “Maldohorror”, onde histórias suas são publicadas em ambos os sítios, com regularidade. Tem igualmente publicados 32 livros de Desporto (Automobilismo, Hipismo, Futebol, Vela, Motociclismo) e 4 de Fotografia, o que somando aos 106 de ficção, perfaz um total de 142 livros publicados.

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