Prefácio de lançamento da Dama ou Novamente: “Sobre o passado, o presente e o futuro da Literatura”
(Foto: galeria particular do autor)
“As musas, privadas de um farol seguro, correm o risco de naufragar nos mares sempre desconhecidos da publicidade. O erro produzirá o erro; amortecidos os nobres estímulos, abatidas as legítimas ambições, só um tribunal será acatado, e esse, se é o mais numeroso, é também o menos decisivo. O poeta oscilará entre as sentenças mal concebidas do crítico e os arestos caprichosos da opinião; nenhuma luz, nenhum conselho, nada lhe mostrará o caminho que deve seguir – e a morte próxima será o prêmio definitivo das suas fadigas e das suas lutas.” – Machado de Assis.
Adoro flores. Vivo na mata, mas ainda não aprendi nada sobre botânica. Começo a investigação. Acima, seguem alguns vasinhos que ganhei de presente desde que manifestei o interesse pelo conhecimento, meus familiares me arranjaram em punhados de terra. Vou dizer a vocês, por aqui os fenômenos são diversos, para além desta janela, um cronista que pouco vê do que ouve parece mesmo uma espécie de animal domesticado que vive se divertindo.
Imprimi o livro Dama de Paus por impulso. Em tempos de pandemia, sou menos esperançosa que Machado de Assis em Ressurreição. Se eu encontrar um ou dois leitores, ficarei satisfeitíssima! Mal deixei o livro com o editor e me veio o arrebatamento do crítico, imaginei o Machado. O esqueleto sem carne no chão, já sem vida, na iminência de um milagre, regurgitava palavras de reprovação. Olhei para a ponta do meu nariz: 600 mil mortos e eu preocupada com a leitura de um livro?!
Tenho uma coleção de afetos. Vou enfeitá-los de palavras ao acaso neste evento… Os livros? Chegam a partir de amanhã em ordem imprevisível… A caixa já fora aberta.
Obs.: Não escolhi a data, foi o acaso que disse: assim.
