Giovanna Bayona

Da janela do meu quarto

De tarde em um dia ensolarado se eu deitar na minha cama e olhar para a janela da até pra imaginar que moro de frente para praia, pois vejo um coqueiro imponente e um lindo céu azul. Às vezes quando estou triste faço isso, na tentativa de criar um refúgio na minha mente pra descarregar as coisas ruins, porém é frustrante, pois tudo que sinto é um nada.

Um nada gigante, como não se sentir um nada toda vez que olho pra aquele coqueiro, para o céu azul, tudo parece muito maior comparado com os meus problemas, e em vez de pensar em soluções para resolver, fico com raiva de mim por ser tão ingrata, por reclamar tanto. Sim eu reclamo, mas só porque tem dia que estou de saco cheio de ouvir de Deus e o mundo que só eu tenho que mudar, é bem cansativo ser essa “metamorfose ambulante”, mas assim como “Raul Seixas” eu prefiro ser.

E fico nesse misto de emoções, querendo ser menos ansiosa, pois é ela, a ansiedade que me faz ficar ali estagnada olhando da janela do meu quarto, imaginando as coisas que quero viver, mas sem saber se vou chegar lá, já que meus simples problemas eu não consigo resolver. Nisso já se passou uma hora, uma hora não fazendo nada, porém esgotada. Esgotada, mas aliviada, pois em vez de desistir fui ali olhar minha janela e lembrar que a vida está acontecendo e estou vivendo mesmo não achando as chaves de alguns cadeados. Um dia eu vou encontrar essas chaves e me libertar de tantas ansiedades, mas até lá sigo olhando da janela do meu quarto aquele coqueiro, o céu azul enquanto respiro fundo.

 

Fonte Imagem Destacada e Imagem Interna: Foto de Carlos Caamal no Pexels – https://www.pexels.com/pt-br/foto/duas-cortinas-brancas-de-bolso-910458/

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Giovanna Bayona

Giovanna Bayona escreve desde dos 16 anos para se encontrar e entender seus sentimentos, porém só com 22 anos se reconheceu como escritora e começou a divulgar suas crônicas e algumas poesias nas redes sociais, o que abriu portas para alguns projetos literários como a participação no quadro Saideira (2020) e no Sarau das Mulheres (2021) ambos no Canal Literaweb no Youtube. Possui participações em duas antologias da Editora Psiu e também participou da primeira edição da Coletânea Palavra em Ação da Editora Jornal Alecrim (2021). Agora também colunista da Revista Entre Poetas & Poesias pretende continuar expandindo sua escrita para todos que assim com ela são apaixonados por palavras.

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Um Comentário

  1. Perfeito, de verdade. Gosto de crônicas. E pura verdade. Mesmo pessoas gratas reclamam às vezes, tem suas dores, cativeiros. Elas só não deixam isso ser maior ou predominar. É sobre isso… Não esperar o perfeito para ser feliz. Viver durante o processo.

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