Luis Amorim

Cília

Cília

Mulher atormentada
Em distúrbios personalizada
Vários em conferência
Por tanta excelência
De médicos admirados
Como são avistados
Trejeitos difusos
Imensos por confusos
Mudando do hoje
Para o amanhã talvez
Quando no ontem que foge
Cília teve outra tez
Em personalidade mais
Que já são demais
Todas as contradições
E simples complicações
No carácter seu
Parecendo meiga e carinhosa
Fria e rancorosa
Distante e ser ateu
No convicto amor
Que só tem cor
Em vezes esporádicas
Quando possui as dicas
Certas para estar virada
Por essa conversada
E ternurenta interacção
Antes de ser ocasião
Para se tornar indiferente
Inimiga de repente
E mais tarde repetente
Numa imprevisibilidade
Que parece oportunidade
De não ter cura
Para Cília mais pura
E com uma personalidade só
Que a coloque na mó
De cima em relacionamento
Que merece seu momento
Ela para feliz ser
Como é justo conceber.
Os médicos continuam
O estudo onde conjecturam
Seus pontos de vista
Mas sem chegarem a pista
Que consensual seja
E bem proteja
Futuro de Cília
Que bebendo tília
É a melhor terapia
Para actual dia
Mas que a longo prazo
Não deverá ser caso
De melhorias concretas
E preferencialmente completas.
«A medicina tem flores
Que não causam dores
E eficientes serão
Na minha concepção.»
«Vamos buscá-las
E rapidamente aplicá-las!»

Mas Cília medo teve
De ficar mais leve
E de distúrbios vazia
Pelo que razia
Fez no hospital
Psiquiátrico de sinal
Nas estrelas cinco
Com tudo num brinco
Como hotel de luxo
E num improvisado repuxo
Fugindo com os pés
Que tinha a lés
Do bom discernimento
Indo contra o vento
Que por bem soprava
Deixando quem gostava
Dela para trás
Estando agora em paz
Ou não, mas a monte
Com tanto médico que se conte
Todos ainda estupefactos
Pelos graves factos
No hospital ocorridos
Não sendo socorridos
Os distúrbios de Cília
Mas em honra da qual
Se bebe chá de tília
De modo ocasional.

Fonte da imagem: Foto do Autor

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Luís Amorim

Luís Amorim, natural de Oeiras, Portugal, escreve poesia e prosa desde 2005. Tem já escritas cerca de 2800 histórias com 106 livros de ficção publicados, entre os quais, um primeiro em inglês, "Cinema I", onde responde por 28 heterónimos (em prosa e poesia). Dos livros em prosa, tem vinte e oito da série “Contos”, “Terra Ausente”, “A Chegada do Papa” e dois livros de “Pensamentos”. Na poesia, igualmente diversas séries de livros têm alguns volumes, como “Mulheres”, “Tele-visões”, “Almas”, “Sombras”, “Sonhos”, “Fantasias”, “Senhoras” e o herói juvenil “Esquilo-branco”. Todos estas obras de poesia citadas, integram os designados contos poéticos, assim identificados pelo autor, aos quais se acrescentam “Lendas”, “Campeões”, “Músicas”, “Turismo”, “Palavras”, "Flores", “27 Flores”, “Todas as Flores” e mais outros sete do universo “Flores”, onde este elemento surge em todos os enredos, como por exemplo “A ceia do bispo e outros contos poéticos”. A escrita também foi posta em narrativas poéticas, “Beatriz” (inspirada na personagem de "A Divina Comédia" de Dante Alighieri), “Paz”, “O Viajante”, “O Sino”, “A Sereia” e “O Mapa”, este com 3016 versos. Ainda a registar em poesia, “Refrões”, “Sonetos”, “Trovas” e quatro volumes de “Canções”. Dois livros foram publicados segunda vez, então com ilustrações de Paulo Pinto (“Almas”) e Liliana Maia (“Fantasias”). Luís Amorim foi seleccionado por 313 vezes com contos e poemas seus em concursos literários para antologias em livros, revistas e jornais em Portugal, Brasil, Suíça, Colômbia, EUA, Inglaterra e Bangladesh. É colunista da revista “Entre Poetas & Poesias” a partir de 2022 e integrante desde 2021 do Coletivo “Maldohorror”, onde histórias suas são publicadas em ambos os sítios, com regularidade. Tem igualmente publicados 32 livros de Desporto (Automobilismo, Hipismo, Futebol, Vela, Motociclismo) e 4 de Fotografia, o que somando aos 106 de ficção, perfaz um total de 142 livros publicados.

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