Altamir Lopes

É o Amor que move o mundo…

 

 

Ouvi essa frase – título desse texto – muitas vezes, em diversas ocasiões e vários contextos. Mas, como é próprio do nosso processo humano de sedimentação mental para o que apelidei de “processo de racionalidade emocional”, ao escutar mais atentamente a expressão “é o Amor que move o Mundo”,  donde ouvi, da última vez, ser emitida num empolgante diálogo entre duas pessoas que debatiam sobre a esperança de um futuro melhor, parei um pouco para refletir além das linhas demarcatórias daquela conversa tão cheia de emoções e, nessa oportunidade textual, lhes trago algumas ponderações – ou provocações.

Comecemos pensando sobre a História Humana. O Passado da humanidade não foi, digamos, o que possamos qualificar como plena ou maravilhosamente agradável, não é verdade?. O Presente está nos presenteando com os frutos podres, amargos e acidificados desse mesmo Passado. Com esses dados em mente, falar de um Futuro melhor, é deveras, empolgante – como citei no parágrafo anterior, ou pelo menos, é acalentador. Mesmo que seja um acalanto superficial, humanamente falando. E, agora, com esses dados iniciais em mente, vamos em frente – ao futuro…

Com toda a propriedade que um título de posse por usucapião comparativamente pode conceder, afirmo nessa oportunidade que a frase que me serviu para intitular esse pequeno e despretensioso texto e foi oriunda daquele debate tão inflamado de emoções positivas paradoxalmente mescladas com notas frescas de desesperança e decepção, traz a fragrância que perfuma a mente daqueles que acreditam naquele sentimento (ou emoção)  que todos e quaisquer poetas que se prezem alguma vez já ousaram explicar: O Amor. Será que ele realmente move o mundo?

Não pretendo, nesse momento, ser peremptório em minhas próximas linhas. Até porquê, na minha microscópica pseudoimportância dentro desse cenário da existência humana, minha palavras não passam de impressões registradas num papel (ou numa tela). Me recolho portanto, nessa posição frugal e, ao invés de respostas, convido o nobre leitor a refletir sobre o que provocam as respostas: As perguntas. Vamos lá?

1 – Se é o Amor que move o mundo, poderíamos começar perguntando: de qual tipo de Amor estamos falando e de que tipo de mundo estamos falando?

2 – Se é o Amor que move o mundo, para onde o mundo deveria estar indo?

3 – Se é o Amor que move o mundo, por que estamos destruindo nosso planeta?

4 – Se é o Amor que move o mundo, por que parece que o dinheiro e o poder falam mais alto na construção da sociedade humana?

5 – Se é o Amor que move o mundo, por que há guerras entre nós?

6 – Se é o Amor que move o mundo, por que o número de crianças rejeitadas, abandonadas, esfomeadas, estupradas e assassinadas só aumenta?

7 – Se é o Amor que move o mundo, por que a religião estabelecida pelos humanos, historicamente o usa como argumento de destruição contra os que não compartilham a mesma fé?

8 – Se é o Amor que move o mundo, por que constituir uma família está virando “coisa do passado?”

9 – Se é o Amor que move o mundo, por que a sensibilidade humana está se deteriorando ante ao sofrimento dos seus semelhantes?

10 – E, por último, Se é o Amor que move o mundo, por que a vasta maioria da humanidade insiste em desprezar o Criador de todas as coisas que, movido por Amor, nos trouxe à existência?

Sim. Que tipo de Amor? Que movimento? Que mundo?

Agora sim, peremptoriamente falando… A conclusão do texto, é por sua conta. A conclusão do mundo, não.

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagem de Imagem de Gerd Altmann por Pixabay em https://pixabay.com/pt/photos/bomba-at%C3%B4mica-nuvem-de-cogumelo-1011738/

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Altamir Lopes

- Graduado em Gestão de Negócios, MBA em Gestão de Recursos Humanos, Orientador Educacional e de Carreira, Licenciando em Pedagogia e Pós-graduando em Neuropsicopedagogia. - Desenhista, formado pelo SENAC RJ. - Terapeuta Integrativo, Formado em Reflexoterapia, Quiropraxia e outras técnicas holísticas. - Palestrante, Instrutor de cursos gerenciais e Técnicos. - Mas acima de tudo, um servo do Deus vivente Jeová, Pai, marido e ser humano reflexivo. Na coluna que leva o meu nome, vamos nos encontrar para refletir sobre a arte da gestão de pessoas e relacionamentos. Nos meus textos, pretendo levantar questões e reflexões sobre a sociedade humana e seus meandros paradoxais e especialmente, a relação que cada um tem consigo mesmo por meio de textos em verso, prosa, crônicas, contos etc. E também publicarei na coluna RH - Resultados Humanos, artigos que tratam dos Resultados da ação Humana na História. Entrevistas com pessoas que fizeram acontecer e reflexões profundas também farão parte dessa coluna. De vez em quando, em quaisquer dessas colunas, vou publicar uma charge ou caricatura autoral...Espero que gostem.

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