Diário de um espectro chamado mãeJosilene Pessoa

Diário de um espectro chamado mãe – Texto: Será que entrei no espectro?

Será que entrei no espectro?


Dia desses estava numa reunião de um grupo que frequento e enquanto as pessoas falavam, olhei para o teto. Havia ali uma lâmpada daquelas compridas, das quais não me recordo o nome agora.

Bom, qual seria o problema da lâmpada?
Estava, provavelmente com defeito, piscando o tempo todo. Não cheguei a me incomodar exatamente, mas aquilo me prendeu o olhar por alguns instantes e pensei o óbvio:

– Aquela luz está com defeito.

Ainda assim qual seria o problema?

Para os neurotípicos, nenhum.

Para os autistas como meu filho, aquele pisca pisca indicando um problema na lâmpada seria o suficiente para uma crise.

Na hora eu lembrei dele e pensei que no final nós acabamos reparando nos lugares que frequentamos, tudo que serviria de gatilho para eles. E será que ao reparar isso demais nós não estaríamos involuntariamente entrando na “vibe” deles?

As vezes penso que sim.

A diferença é que nós, neurotípicos, conseguimos nos controlar.

Enfim, qual é a sua cisma? Qual é a sua neurose? O que te incomoda que parece bobagem e você consegue se controlar?

Josileine Pessoa F Gonçalves

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Josileine Pessoa F. Gonçalves

Nascida no município de Niterói – RJ, Moradora de São Gonçalo, onde tambem cursei a maior parte dos estudos no Colegio Estadual Nilo Peçanha. Formada em Letras/Port. – Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Trabalho na área da educação e ensino de inglês. Atualmente ministrando aulas de Produção Textua na rede particular de ensino e aulas de inglês online. Faço parte do Coletivo de Escritoras Vivas de São Gonçalo desde o segundo semestre de 2022 e sou membro da União Brasileira de Trovadores, a UBT São Gonçalo, desde Janeiro de 2023. Colunista da Revista Entre Poetas e Poesias, além da coluna com textos variados, ofereço aos leitores minha "escrevivencia" atípica na Série "Diário de um espectro chamado mãe, onde é possível encontrar textos diversos dentro do universo autista. Sou casada, mãe de dois filhos autistas, poeta, escritora e trovadora sempre gostei de compor e escrever sobre vida e sociedade. Inclusive com composições, paródias e versões para uso educacional. 

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