Diário de um espectro chamado mãeJosilene Pessoa

Diário de um espectro chamado mãe – Texto: Crise no País Azul

Crise no país azul

Amanheceu um dia bonito de sol no planeta azul. Uma família atípica, como qualquer outra desse planeta, iniciava seu dia otimista e positiva. Eles estavam um bom período sem os ataques do “Espectro mal”. Tudo corria bem!

As peculiaridades do dia a dia estavam sendo contornadas com sucesso.

Nesse planeta diferente, inclusive, havia uma peculiaridade, uma coisa que devia ser seguida a risca para manter a paz e o bem estar emocional da família. Na verdade a “rotina” era peça essencial desse quebra cabeça. Era portanto necessário evitar a palavra “N.Ã.O”. E como faziam para negar?! Como faziam para evitar que acontecessem coisas perigosas ou que as crianças fizessem o que não devia? Bom! Usavam outras palavras para desviar a atenção e direcionar para uma outra atividade segura.

No entanto, o planeta azul é feito de humanos atípicos, errantes e falhos!

O porquê de se cumprir essa peculiaridade era que ao pronunciar a palavra proibida, o “Espectro mal” aparecia e transformava tudo num caos. Ele era um espírito desordenado que não gostava de ouvir essa palavra. Era como se o “Não” representasse o fim de tudo!

E foi numa situação de distração que a mãe atípica sem pensar e para sinalizar algo errado, “gritou” de longe a palavra para seu filho.

Sem demora, o “Espectro mal” invadiu e dominou o menino de apenas dez anos. A crise estava formada.

O menino, que na verdade não era ele. Partiu para cima de sua mãe com uma força fora do normal.

A mãe, que sabia que o filho não estava em seu “atípico estado normal”, tenta se defender e controlar a situação chamando por seu filho e pedindo desesperadamente que “Espectro mal” saísse dele.

Já fraca e sem forças, quase a cair. Ela é ouvida pela amparada pelos poderes da “Mãe Azul”, a mãe de todas as mães atípicas, uma força poderosa que age toda vez que uma situação sai do controle. Ela não tem o poder de curar o “Espectro Mal” mas ela tem um forte poder para contê-lo.

Mais poderosa que ele, ela toma aquela mãe atípica com toda força para que ela controle seu filho tomado e descontrolado.

Então, ao ver que não ia conseguir mais continuar a crise, o “Espectro Mal” deixa o menino que ao perceber tudo que aconteceu, cai num choro sentido e triste por não saber controlar a si próprio.

A mãe atípica cai no choro em seguida se culpando por não ter conseguido evitar tudo.

A “Mãe azul” abraça os dois e diz:

Acalme-se, seu filho não sabe o que fez. E você não agiu por mal. Volte a rotina e siga como sempre, com muito amor!

Josileine Pessoa F Gonçalves

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Josileine Pessoa F. Gonçalves

Nascida no município de Niterói – RJ, Moradora de São Gonçalo, onde tambem cursei a maior parte dos estudos no Colegio Estadual Nilo Peçanha. Formada em Letras/Port. – Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Trabalho na área da educação e ensino de inglês. Atualmente ministrando aulas de Produção Textua na rede particular de ensino e aulas de inglês online. Faço parte do Coletivo de Escritoras Vivas de São Gonçalo desde o segundo semestre de 2022 e sou membro da União Brasileira de Trovadores, a UBT São Gonçalo, desde Janeiro de 2023. Colunista da Revista Entre Poetas e Poesias, além da coluna com textos variados, ofereço aos leitores minha "escrevivencia" atípica na Série "Diário de um espectro chamado mãe, onde é possível encontrar textos diversos dentro do universo autista. Sou casada, mãe de dois filhos autistas, poeta, escritora e trovadora sempre gostei de compor e escrever sobre vida e sociedade. Inclusive com composições, paródias e versões para uso educacional. 

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