Num dia desses se pegou pensando
Cabeça a mil, imaginando
Qual bicho que gostaria de ser
Porque, como humano, não tá dando para viver.
Queria ser um bicho esperto!
Que só anda de olho vivo, sempre aberto
E é claro, que possa voar
E até de ponta-a-cabeça pousar!
E ainda mais, queria ser invisível!
Ter uma boa visão, bem sensível
Ser uma fera na natação
E mergulhar fundo, sem respiração.
Também queria ser rápido e veloz!
Ter fama ampla de bicho feroz
E se uma pessoa lhe der uma olhada
Que fique na hora bem desesperada!
Queria ter uma armadura espetacular
E resistir até mesmo a uma bomba nuclear
Ser capaz de subir na parede, num poste, na pia
E se for ferido, rápido se curaria.
E se não bastasse, também queria
poder sobreviver até no meio de porcaria
E poder comer qualquer tipo de comida
Que fosse então para si servida
E parecendo morto estar
Surpreende a todos, ao levantar
Logo depois de uma grande pancada levar
Se levantando ainda mais forte, a ressuscitar!
E só depois desta imensa descrição
Viajando e dando asas à imaginação
Descobriu-se, que queria ser uma espécie meio ingrata
Pois acabou de descrever nada mais do que… uma barata!
Imagem de Gustav Brandt por Pixabay https://pixabay.com/pt/photos/gato-barata-gatinho-pelagem-animal-3572461/
