A vida é um palco, e nós, somos os personagens. Antes de entrarmos em cena, é na coxia que idealizamos o nosso desempenho, mas esquecemos de um pequeno detalhe, nem todo desempenho traçado e pensado são tidos como espetacular, apesar de todo esforço e dedicação. Sempre tão infinita, a vida tenta nos mostrar através dos seus personagens que as coisas mais belas não são perfeitas, são especiais.
Sabemos que esta apresentação não depende só de nós. Para aportar neste palco, necessitamos de coadjuvantes, além de vários protagonistas que devemos observar, amar, reconhecer, ensinar e aprender.
Toda a nossa temporada, funciona como um instrumento, onde a harmonia tem que estar sempre afinada, e é através desta afinação, que a nossa melodia se perpetua. Porém, como todo e qualquer instrumento, necessitamos de manutenção, pois com o passar do tempo, não percebemos que não somos mais expert naquilo que mais tentamos praticar “Viver”. Então, a sinfonia da vida entra em colapso e nos tira o que temos demais precioso “O ar”. Sem ele, somos sugados para exercemos a nossa arte em outros palcos, perdendo a maestria deste que julgávamos ser eterno. Para esta ruptura, damos o nome de perda, mas jamais saberemos se ao finalizarmos esta turnê, tivemos o êxito de ter sido o artista perfeito, pois perfeita é a vida.
Hoje, perdemos e continuamos perdendo grandes artistas, anônimos ou não, mas todos com sua importância, deixando-nos mais órfãos. Porém, mais cientes que todo o amor, dedicação e resistência, marcarão para sempre a continuidade desta temporada que ainda fazemos parte. Talvez, estas perdas tenham sido por exiguidade, mas para nós que estamos sentados na plateia, só nos resta aplaudir os valores inigualáveis deixados por todos aqueles que tiveram segundos, minutos, horas e anos de fama.
Marcos Pereira
