João Rodrigues
Serenata
Solidão, companheira que maltrata
Me persegue e minha alma desvirtua
Feito um ébrio eu me ponho em serenata
Vou compondo alguns versos para a lua
No silêncio da paz da madrugada
Pelas ruas me acompanha o violão
Só escuto mi’a voz desafinada
E o pulsar de meu triste coração
Nas seis cordas enforco todo o pranto
E meus versos de amor vibram no ar
Mas ninguém nesta hora ouve meu canto
Pobre pinho, é melhor silenciar
No silêncio eu escuto a voz do vento:
“Se retire, poeta, deste frio!”
Me recolho molhado do relento
E outra vez eu mergulho em meu vazio.
Imagem: https://pixabay.com/pt/photos/viol%c3%a3o-guitarrista-m%c3%basico-670087/