João Rodrigues

Serenata

Solidão, companheira que maltrata

Me persegue e minha alma desvirtua

Feito um ébrio eu me ponho em serenata

Vou compondo alguns versos para a lua

 

No silêncio da paz da madrugada

Pelas ruas me acompanha o violão

Só escuto mi’a voz desafinada

E o pulsar de meu triste coração

 

Nas seis cordas enforco todo o pranto

E meus versos de amor vibram no ar

Mas ninguém nesta hora ouve meu canto

Pobre pinho, é melhor silenciar

 

No silêncio eu escuto a voz do vento:

“Se retire, poeta, deste frio!”

Me recolho molhado do relento

E outra vez eu mergulho em meu vazio.

 

Imagem: https://pixabay.com/pt/photos/viol%c3%a3o-guitarrista-m%c3%basico-670087/

 

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João Rodrigues

Nascido em Riacho das Flores, Reriutaba-Ceará, João Rodrigues é graduado em Letras e pós-graduado em Língua Portuguesa pela Universidade Estácio de Sá – RJ, professor, revisor, cordelista, poeta e membro da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes e da Academia Virtual de Letras António Aleixo. Escreve cordéis sobre super-heróis para o Núcleo de Pesquisa em Quadrinhos (NuPeQ) na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

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