Luis Amorim

A árvore

A árvore

«Esta grande árvore
Deve ser feita de mármore
Mas se assim não for
Teremos de lhe mudar a cor
Para ficar mais atractiva
Na turística respectiva
Com sua vida activa
Em prol de receitas
Para nós feitas
Como o melhor ouro
Num tempo vindouro.»

Os pintores chamaram
E as cores acertaram
Para terem nobre local
Numa visita ideal
Que se espera em quantidade
Pela atractividade
De árvore em sua vaidade
Que pouca não é
Conforme nela se vê.
Mas chega a fiscalização
Que pergunta pela licença
Das obras em execução
Respondendo eles que há pertença
Que veio de herança
E acrescento de terreno
Vindo de licitar pleno
Para a próxima festança
Em inaugurar que se visite
Apenas com convite.
Os fiscais querem ver
Documentos comprovativos
E são-lhes dados a ler
Forjados activos
Em papéis que parecem
Fidedignos a valer
Para os que se esquecem
Dos certos pormenores
Consentidos por cores
Apresentadas em valores
Que nem a árvore viu
Pois de imediato se sumiu
Tal prenda que subiu
Às mentes paradisíacas
Já em agências
De viagens com excelências
Em mordomias tão ricas.
Só que a fiscalização tem
Superior que tudo vê
Em gabinete mais além
Onde muito se lê
Como forte reprimenda
A toda a prenda
Obtida para lá
De um simples «Olá».
Neste caso, existe acção
De campo em seguimento
E ele, sua reprovação
Dá em momento
Que é imediato
Fazendo rir no acto
A árvore que já suspeitara
Com o que ali se passara.

A mármore é desmontada
Sendo ela ofertada
À população considerada
Com tal restituição
Retribuindo com plantação
De flores como prenda
A árvore que já é lenda
Pela geração de vida
Que em si é percebida
E que já foi percorrida
Por ela, cada vez mais jovem
Pois tantas flores, por bem
Lhe proporcionam alegrias
Durante todos os dias.

Fonte da imagem: Foto do Autor

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Luís Amorim

Luís Amorim, natural de Oeiras, Portugal, escreve poesia e prosa desde 2005. Tem já escritas cerca de 2800 histórias com 106 livros de ficção publicados, entre os quais, um primeiro em inglês, "Cinema I", onde responde por 28 heterónimos (em prosa e poesia). Dos livros em prosa, tem vinte e oito da série “Contos”, “Terra Ausente”, “A Chegada do Papa” e dois livros de “Pensamentos”. Na poesia, igualmente diversas séries de livros têm alguns volumes, como “Mulheres”, “Tele-visões”, “Almas”, “Sombras”, “Sonhos”, “Fantasias”, “Senhoras” e o herói juvenil “Esquilo-branco”. Todos estas obras de poesia citadas, integram os designados contos poéticos, assim identificados pelo autor, aos quais se acrescentam “Lendas”, “Campeões”, “Músicas”, “Turismo”, “Palavras”, "Flores", “27 Flores”, “Todas as Flores” e mais outros sete do universo “Flores”, onde este elemento surge em todos os enredos, como por exemplo “A ceia do bispo e outros contos poéticos”. A escrita também foi posta em narrativas poéticas, “Beatriz” (inspirada na personagem de "A Divina Comédia" de Dante Alighieri), “Paz”, “O Viajante”, “O Sino”, “A Sereia” e “O Mapa”, este com 3016 versos. Ainda a registar em poesia, “Refrões”, “Sonetos”, “Trovas” e quatro volumes de “Canções”. Dois livros foram publicados segunda vez, então com ilustrações de Paulo Pinto (“Almas”) e Liliana Maia (“Fantasias”). Luís Amorim foi seleccionado por 312 vezes com contos e poemas seus em concursos literários para antologias em livros, revistas e jornais em Portugal, Brasil, Suíça, Colômbia, EUA, Inglaterra e Bangladesh. É colunista da revista “Entre Poetas & Poesias” a partir de 2022 e integrante desde 2021 do Coletivo “Maldohorror”, onde histórias suas são publicadas em ambos os sítios, com regularidade. Tem igualmente publicados 32 livros de Desporto (Automobilismo, Hipismo, Futebol, Vela, Motociclismo) e 4 de Fotografia, o que somando aos 106 de ficção, perfaz um total de 142 livros publicados.

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