Nosso CordelRenato Cardoso

Nosso Cordel – “E o amanhã?” – Renato Cardoso

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–Nosso Cordel: “Coluna destinada a publicação de cordéis de escritores acima de 18 anos. Basta enviar para: revistaentrepoetasepoesias@gmail.com (por favor, colocar as devidas identificações)”.

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E o amanhã?
Renato Cardoso

E o amanhã, será belo?
No constante hoje infeliz,
que o sofrimento conduz,
deixando uma cicatriz
no gelado coração
do eterno humano aprendiz.

Guerras e fomes, flagelos
da criatura esquecida
na enigmática arrogância,
e da fúria enlouquecida
do estadista indiferente
com alma obscurecida.

Assim o poeta declama,
buscando uma solução
atenuando o que mostra,
e as dores do coração.
Levar sonhada comida
para o povo do sertão.

Sob a luz da Santa Virgem,
mentes clamam as mudanças
das reformas concedidas
aos senhores das balanças.
Trabalhador preterido,
sem todas as esperanças.

E o amanhã, que será belo?
Vemos meninos perdidos,
com as pipas nas alturas.
Inteiramente iludidos,
com poder que vem as mãos.
Futuros logo adoecidos.

A moça a saia não pode
a saia rodar, publique
que a ela vão incomodar.
Portanto a ela notifique,
pela culpa animalesca
e a essa gente pacifique.

Pacificação fingida.
Quem defende se acovarda,
diante de um sistema sujo.
Não batalha e se resguarda,
defendendo o seu diário,
sairão da retaguarda?

Luta pela diferença?
Porém não somos iguais?
O preconceito destrói
e faz intelectuais,
que nada dizem ou fazem,
cumprindo só rituais.

Um dia o poeta escreveu,
que se o poder for dos maus
e a injustiça prosperar,
o homem descerá degraus,
deixará a virtude e honra,
se tornando um “dois de paus”.

Porém nem tudo é desgraça,
e o amanhã que se aproxima
será belo e tão feliz.
E que um novo rumo imprima,
fazendo do hoje, passado,
e na busca, se redima.

Sendo logo perdoado,
fugindo da escuridão,
permitindo a claridade
longe dessa podridão
e que ela se localize,
guiando o povo a retidão.

Que na estrada bifurcada,
a escolha seja a correta.
E que mesmo sem querer,
a alegria seja meta,
onde as pessoas a alcancem
sem o revés que as ejeta.

Quem não seguir, breve irá.
Na bravura do caminho,
alheio a qualquer vontade,
sem se sentir tão sozinho,
pois Dele receberá
a ajuda pro desalinho.

E o mistério se revela,
vendo intenso sol brilhar,
amanhã a dignidade
irá se compactuar
com novata sociedade,
sabendo o que é amar.

Amanhã será tão lindo.
Logo, aproveite e sorria.
Desbrave o mundo, coragem,
entoando a cantoria
com cândida proteção.
Um salve para a alegria!

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Renato Cardoso

Renato Cardoso é casado com Daniele Dantas Cardoso. Pai de duas lindas meninas, Helena Dantas Cardoso e Ana Dantas Cardoso. Começou a escrever em 2004, quando mostrou seus textos no antigo Orkut. Em 2008, lançou o primeiro volume de “Devaneios d’um Poeta” e em 2022, o volume II com o subtítulo "O Rosto do Poeta". Graduado em Letras pela UERJ FFP e graduando em História pela Uninter. Atua como professor desde 2006 na rede privada. Leciona Língua Inglesa, Literatura, Produção Textual e História em diversas escolas particulares e em diversos segmentos no município de São Gonçalo. Coordenou, de 2009 a 2019, o projeto cultural Diário da Poesia, no qual também foi idealizador. Editorou o Jornal Diário da Poesia de 2015 a 2019 e o Portal Diário da Poesia em 2019. É autor e editor de diversos livros de poesias e crônicas, tendo participado de diversas antologias. Apresenta saraus itinerantes em escolas das redes pública e privada, assim como em universidades e centros culturais. Produziu e apresentou o programa “Arte, Cultura & Outras Coisas” na Rádio Aliança 98,7FM entre 2018 e 2020. Hoje editora a Revista Entre Poetas & Poesias e o Suplemento Araçá.

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