Elias Antunes

CHARLAN FIALHO, O MODERNO ROMÂNTICO

CHARLAN FIALHO, O MODERNO ROMÂNTICO

 

Por Elias Antunes

 

Dizem que todo poeta brasileiro carrega um romântico dentro de si. E a explicação para esse fato trata-se de que o romantismo no Brasil marcou profundamente nossa alma, principalmente pelo período história e pela libertação que o movimento representou.

Alguns poetas atuais de boa qualidade, como Ruy Espinheira Filho e Charlan Fialho cavaram neste filão e produziram poesias marcantes.

Em seu livro “Poemas que escrevi quando quis dizer adeus”, Charlan Fialho aprofunda mais na veia poética do romântico-modernismo. Diga-se, o romantismo praticado não é o mesmo que ficou na história. Há sempre o halo de modernismo no seu texto.

 

“Sem preocupar-me

com o tempo

Ainda que teu amor

não seja verdadeiro.”

(FIALHO, 2021, p. 94)

 

Assim, o percurso do poeta é a busca do amor, ainda que distante ou não correspondido, uma procura da musa, da amada.

O título do livro já carrega algumas pistas de seu conteúdo: ao invés de dizer um simples adeus, de maneira seca ou sem palavras, o poeta faz poesias. É sua maneira de conceber a ruptura:

Por isso:

 

“Aqueles sete palmos

Aquela armadura de terra…

É a única vestimenta do acaso.”

(FIALHO, 2021, p. 86)

 

Somente a morte seria um adeus, mas um adeus físico e não de alma, pois a vida do poeta continua nos versos que criou e nas sementes das palavras que plantou.

 

 

Fonte da imagem: Foto do autor.

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Elias Antunes

Filho de um dos trabalhadores pioneiros que construíram Brasília, Elias Antunes nasceu em Goiânia, em 1964. Trabalhou como servente de pedreiro, vendedor ambulante, contínuo. Depois, entrou na Secretaria de Segurança de Goiás, por concurso. Bacharel em Direito, UCG, Mestrado (incompleto) em Teoria Literária, UnB. Em 1993, por concurso, entrou no Tribunal de Justiça do DF, passando a morar no Distrito Federal. Concomitantemente, foi professor do ensino médio e universitário de História da Filosofia, de Redação, de Direito e Legislação e de Teoria Literária. Seu livro de poemas “Chamados da Chuva e da Memória” ganhou o prêmio da Funarte de Criação Literária e o prêmio “il convívio”, na Itália (1º lugar). Seu romance “Suposta biografia do poeta da morte”, ganhou os prêmios: Hugo de Carvalho Ramos, 2008 (1º lugar), Prêmio Jabuti, 2011 (finalista), prêmio “il convívio”, na Itália (1º lugar). Tem 20 livros publicados e ganhou mais de 300 (trezentos) prêmios. Participa de mais de 100 antologias e obras coletivas no Brasil e no exterior. Cocriador das revistas O artesão, Rotina, Flor & sol e Linhas & Letras e dos jornais Tempoesia, Jornal de Poesia e Artefatos. Tem poemas traduzidos para os idiomas: espanhol, francês, inglês, esperanto, galego, romeno, italiano, catalão, alemão, sueco, russo e hindi. Com publicações nos países: Rússia, Itália, Argentina, Portugal, França, Estados Unidos, Espanha, Romênia, México, Suécia, Vietnã, Índia e Venezuela.

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