E a grande festa acabou. Carnaval, um evento de misturas universais onde todos possuem a mesma singularidade, onde todos os desejos afloram de modo surpreendente.
Na realidade, o carnaval é a expressão nua e crua de palavras, de gestos, de visões, dos sons e de mentes que fogem à realidade do cotidiano; uma comunicação sem precedentes, onde todos falam e sentem uma só energia.
Nesta festa popular, podemos abrilhantar o povo, que aborda ironicamente todos os males da nação, mesmo sabendo que a capacidade de expressão vale mais do que o apelo de fato. Como não avaliar a alegria desse povo que dança, pula, bebe e interage com tudo e todos gratuitamente – bem diferente do dia a dia.
No carnaval, não avaliamos classes sociais nem raças, não somos possuídos por nenhum tipo de preconceito. Todos são livres.
Nesta comoção, dividimos os sentimentos – não importa a linguagem -, os costumes e as tradições. Não importa se você é da terrinha ou não, o importante é sentir o calor que contagia aqueles que são os protagonistas desta grande festa: o povo.
Infelizmente, muitos confundem a razão pela qual vamos às ruas, ou simplesmente tentam apagar a expressão de alegria com a violência. Todos nós cantamos em versos que o Rio é a cidade maravilhosa, e acreditem, de fato é! Vivemos em uma cidade abençoada que transmite o que o ser humano mais precisa: a alegria. Porém, não posso deixar de comentar que as autoridades desta cidade parecem não compartilhar desta mesma opinião. É Incrível como, em plena festa, não se encontre um policial, um transporte público digno, uma fiscalização que seja capaz de dar aos foliões a verdadeira expressão de segurança. Apesar disso, essa festa popular, nos torna a capital do mundo em fevereiro. É uma pena que, para essas autoridades, o carnaval seja sinônimo de poder unilateral, de ganância financeira… Mas o povo, e somente o povo, sustenta a alegria e a irreverência de mostrar, a quem quer que seja, o quanto somos naturalmente felizes, ainda que isso só represente 05 dias no ano.
Agora é aguardar o ano passar e ficar na contagem regressiva para comemorar, não sabemos o que, mas, minimamente, a existência da esperança e a certeza de que, pelo o menos nesses 05 dias de festa, somos UM POVO FELIZ.
Marcos Pereira
