Semana de Carnaval, aproveitei o recesso para fazer uma arrumação em minha sala. Mudei alguns móveis de lugar e os vasos de plantas também. Às vezes essas mudanças são produtivas para eliminar pensamentos antigos e assim renovarmos nossas emoções.
Embora cansativo, gosto bastante desse tipo de terapia. O ambiente sempre fica mais agradável. Contudo, tive uma certa dificuldade em acomodar um vaso de folhagem. Após a modificação no local, sobrou apenas um canto para o meu violão e a planta. Dei uma olhada matemática, mas não obtive sucesso. Meu apartamento não tem varanda, o que poderia ser uma excelente opção. A querida plantinha não ficaria bem na cozinha e tampouco caberia no banheiro.
Agora é a vez do instrumento de cordas; a opção mais adequada seria o quarto, porém, o espaço é zero! Surgiu um pequenino esgotamento mental… pensei em voz alta: “vocês terão de ficar juntos aqui nesse cantinho porque não tem outro lugar!” Trabalho finalizado, sorri satisfeita e fui para o banho.
Como de costume, abri uma garrafa de vinho e fui curtir minha salinha ao som de Sara Vaughan. Olhei para a planta, parecia que estava fazendo pirraça. Toda contorcida virada para parede! Não, eu não havia colocado naquela posição. Novamente acomodei os dois. Depois de assistir ao filme “Não olhe para cima”, fui dormir.
À madrugada tive a impressão de ouvir uma melodia suave, baixinha dentro de minha casa. Pensei em levantar, mas minhas pernas não corresponderam à minha vontade. Pela manhã preparei meu café e fui para a mesa da sala. Pasmei quando vi a folhagem debruçada sobre o violão!
Ivone Rosa
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referência imagem:https://pixabay.com/pt/photos/viol%C3%A3o-flor-branca-lazer-cordas-3599157/
