A BOA GUERRA
Está chegando minha estação preferida: a querida Primavera! Julgo a mais bonita. Não só pelo colorido da vegetação circundante, mas também pelo clima quente. Nesse período os termômetros registram temperaturas altas durante o dia, e à noite com brisas que desfilam em todas as casas.
Recordo-me de um breve passeio à casa de uma amiga de minha mãe. O quintal era marcado por cerca viva de papoulas vermelhas, que contrastavam com um pequeno portão de madeira. Atrás da casa, havia um enorme galinheiro que abrigava os gansos. O cheiro não era agradável, bem como o grasnar. Todas às vezes que ela recebia visitas, prendia os bichos para evitar os ataques. Pois, essas aves são mais perigosas do que um cachorro indomável!
O mais gostoso desse local era o pé de jamelão. Alto, com o tronco largo e galhos compridos. A criançada comia jamelão até enjoar! Eu era quase uma campeã, exceto na hora da batalha. A brincadeira era atirar a fruta para sujar a cara do grupo adversário. Sempre fui uma negação em jogos, vestia a blusa no avesso para não sujar. Nada adiantava, saía com a roupa machada e ainda ouvia a maior bronca em casa. Ah… valia muito a pena! Dávamos gargalhadas ao ouvirmos o som da risada de um dos meninos da casa; parecia uma cuíca!
No retorno, pegávamos um atalho e tomávamos banho em um riacho e novamente mais disputa! Jogar água uns contra os outros. Antes do pôr do Sol saíamos da água para secar um pouco e pegarmos a condução. Voltámos exaustos, contudo, felizes. Dentro do ônibus, sentávamos no banco comprido, encostávamos a cabeça no ombro do outro e não havia mais competição, unidos pelo cansaço, sorríamos cientes de que havia muito a contar no dia seguinte!
Ivone Rosa