FALA AÍ, JUVENTUDE!

Fala aí, juventude! Crônica: Morte metamorfa, por Daniel Carqueja

Morte metamorfa

— Já percebeu que a morte é algo muito estranho?

— Continue.

— Ela é várias coisas em simultâneo, sabe? Desde uma passagem para outro mundo, um vazio completo, um livramento, ou até um prazer.

— Bem ela realmente pode mudar e variar muito quando se trata do que vem depois dela, mas quando exatamente nos morremos?

— Como assim?

— Quando será que nos exatamente morremos? Será que é quando temos uma parada cardíaca, outras doenças e até acidentes, ou em outra situação?

— Bem, eu acredito que existe sim, como a depressão, a pessoa já morreu, mas está viva, viva em um mundo de angústia e é como se o lado sentimental dela simplesmente desaparecesse e somente, o sentimento da angústia se é sentido.

— A depressão é algo muito difícil de se lidar, um exemplo é comparar a depressão com o câncer, o câncer no final te dá a morte e um certo “descanso”, a depressão não, por isso as pessoas tiram suas vidas, pois não acham outro meio de acabar com aquele sofrimento, mesmo existindo elas são incapacitadas de achar essa solução pela angústia, e somente com ajuda de outras pessoas ela consegue.

— Essa comparação é muito boa, pois as duas são doenças que são extremamente difíceis de se superar, mas só uma delas pode dar a morte certa, que é o câncer, como você falou, e pensando bem essa comparação, é possível comprovar que depressão é uma forma de morte, não física, mas sim emocional.

— Por isso a morte é algo tão meta morfo, ela pode ser tão variada quanto um polvo se camuflando e também pode gerar sentimentos muito variados para uma pessoa que lida com ela.

— Exato, muitos podem desabar e entrar em uma morte sentimental ou uma fúria irracional, mas outros não, outros criam uma força de vontade avassaladora e, em vez cair, elas se levantam e vão às alturas, o que acha sobre essa “vontade de fogo”?

— Suponho que isso ocorre muitas vezes porque a pessoa que perdeu a outra, pega para si as vontades do falecido e vai até o fim para concluir essas vontades.

— A morte é intrigante, não é?

— De uma forma magnífica!

Daniel L. Carqueja possui o olhar aguçado para os dramas humanos, embora reconheça a sua pouca idade. Ele quer compartilhar a sua experiência por meio da escrita criativa.

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Erick Bernardes

A mesmice e a previsibilidade cotidiana estão na contramão do prazer de viver. Acredito que a rotina do homem moderno é a causadora do tédio. Por isso, sugiro que façamos algo novo sempre que pudermos: é bom surpreendermos alguém ou até presentearmos a nós mesmos com a atitude inesperada da leitura descompromissada. Importa (ao meu ver) sentirmos o gosto de “ser”; pormos uma pitadinha de sabor literário no tempero da nossa existência. Que tal uma poesia, um conto ou um romance? É esse o meu propósito, o saber por meio do sabor de que a literatura é capaz proporcionar. Como professor, escritor e palestrante tenho me dedicado a divulgar a cultura e a arte. Sou Mestre em Letras pela Faculdade de Formação de Professores da UERJ e componho para a Revista Entre Poetas e Poesias — e cujo objetivo é disseminar a arte pelo Brasil. Escrevo para o Jornal Daki: a notícia que interessa, sob a proposta de resgatar a memória da cidade sob a forma de crônicas literárias recheadas de aspectos poéticos. Além disso, tenho me dedicado com afinco a palestrar nas escolas e eventos culturais sobre o meu livro Panapaná: contos sombrios e o livro Cambada: crônicas de papa-goiabas, cujos textos buscam recontar o passado recente de forma quase fabular, valendo-me da ótica do entretenimento ficcional. Mergulhe no universo da leitura, leia as muitas histórias curiosas e divertidas escritas especialmente para você. Para quem queira entrar em contato comigo: ergalharti@hotmail.com e site: https://escritorerick.weebly.com/ ou meu celular\whatsapp: 98571-9114.

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