A pandemia nos fez correr
Faz dois anos que vivemos correndo,
mesmo quando nós fomos obrigados a ficar em isolamento.
Corremos para a farmácia para comprar álcool em gel,
máscara e papel higiênico.
Corremos para o supermercado para estocar comida,
que a cada dia que passava ficava mais escassa.
Famílias perderem seu sustento e correram para a rua:
mãe, pai, filhos e avó, famílias inteiras.
Vimos tudo correr, o preço da gasolina correu e foi parar lá no alto
e levou junto nossa dignidade.
Pessoas foram obrigadas a ser reinventar,
a fazer mágica todo mês para se sustentar.
A carne ficou cara corremos para o ovo.
O ovo ficou caro corremos para o legume.
O legume ficou caro e corremos para aonde?
O Brasileiro está vivendo mal, comendo mal,
está vendo os juros correr solto
e o dinheiro correr na mão contraria.
Vimos o número de casos correr bem rápido,
em menos de 6 meses batemos nossos 100 mil casos,
depois 100 mil óbitos
e nos perguntamos quando iriam parar…
Nas redes sociais as notícias corriam soltas,
vimos a corrupção crescer,
as opiniões e os “haters”,
além dos números de feminicídio e de homicídio.
Nossa saúde mental?!
Correu ralo abaixo e trouxe a ansiedade,
a depressão e síndromes de pânicos.
As pessoas estão cansadas de correr e correr,
sem sair do lugar, o futuro se tornou uma incógnita,
o viver uma necessidade real.
Apesar de tanto caos,
nasceu também as correntes do bem,
pessoas se juntando para ajudar os necessitados.
O olhar mais atento para aqueles que nada tem.
Enquanto, não aprendermos a viver de forma diferente,
a amar o próximo, a pensar na natureza,
seremos convidados a viver com essas duras provas,
então, comecemos a correr para aprender.
DFritz – (Daniele Fritiz da Cunha Gonçalves)
Foto: Arquivo pessoal da autora