João Rodrigues

Espelho, espelho meu

Um dia, vaidosamente,
Tanto quanto um fariseu
Perguntei ao meu espelho:
“Espelho, ô espelho meu,
Existe neste Planeta
Alguém melhor do que eu?”

Meu espelho me olhou
Com olhar de piedade
E disse: “Vou responder
Com toda sinceridade.
Então prepare seu ego
Para escutar a verdade.

“Olhe pra dentro de si
Vasculhe seu coração
Veja se nele existe
Sentimento de perdão
Quanto tem de caridade
E quanto de compaixão.

“Veja se existe afeto
Carinho e sinceridade
Se também tem harmonia
Fé, esperança, bondade
Olhe se ainda há
Um pouco de humildade.

“Também procure lá dentro
Boas doses de empatia
Pitadas de gentileza
Dose extra de alegria
Grandes laços de amizade
Respeito, paz, simpatia.

“Não esqueça de olhar
Se também há gratidão
Traços de fidelidade
Alguns traços de união
E um fio discreto que leva
Amor a seu coração.

“Após achar isso, veja
Se não existe maldade
Inveja, ódio, rancor
Pedantismo e falsidade
Raiva, furor, egoísmo
Arrogância e vaidade.

“Mostrei a você um pouco
Do bom e mau sentimento
Agora pense um pouquinho
E reflita bem atento
Depois de refletir, faça
O seu próprio julgamento.”

Logo em seguida, escutei
O meu coração falar:
“Nem perca seu rico tempo
Para vir me vasculhar.
Desvista-se do orgulho
E procure melhorar.”

João Rodrigues

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João Rodrigues

Nascido em Riacho das Flores, Reriutaba-Ceará, João Rodrigues é graduado em Letras e pós-graduado em Língua Portuguesa pela Universidade Estácio de Sá – RJ, professor, revisor, cordelista, poeta e membro da Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes e da Academia Virtual de Letras António Aleixo. Escreve cordéis sobre super-heróis para o Núcleo de Pesquisa em Quadrinhos (NuPeQ) na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

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