Tenho perfeita consciência de que se olharmos ao redor, não veremos motivos para sorrir. Muito ao contrário, são tantas perdas…precisamos nos resguardar e mantermos o distanciamento social – sinônimo de aglomeração- para assim preservamos a nossa vida e de outros.
O distanciamento não deve ser equiparado ao individualismo, tampouco ao isolamento emocional. É extremamente importante que possamos compartilhar tudo, principalmente o que nos angustia. Hoje qualquer aparelho tecnológico de comunicação, tornou-se instrumento essencial. Denominado artigo de primeira necessidade, sim é!
O meu argumento não está embasado no teórico discurso da empatia. Absolutamente, não! É algo que vem do meu interior, por isso quero externar. Conheço na pele e no coração o que é perder alguém que se ama. Sei sobre a saudade absurda, e o enorme vazio que parece crescer a cada dia.
Preciso ratificar que minha crônica está muito longe de um texto injuntivo. Nem mesmo tenho tal pretensão. Refere-se à nova maneira de acolher! No momento, não podemos abraçar. Nas ruas e demais espaços públicos, ninguém pode estar sem máscara e como fica a saudação? Está no olhar!
Verdade! Nós sorrimos com os olhos também. Não devemos nos esquecer de que todas as vezes que sorrimos recebemos um sorriso de volta.
Portanto, aqueles que continuam conosco necessitam desse carinho. Sorria, sorria para todos mesmo que você não saiba o nome e que talvez não corresponda ao seu cumprimento. Não se importe com isso, caminhe sempre com um sorriso nos olhos!
Você tem o meu abraço carinhoso através do meu sorriso no olhar!
Ivone Rosa
