A árvore
A árvore
«Esta grande árvore
Deve ser feita de mármore
Mas se assim não for
Teremos de lhe mudar a cor
Para ficar mais atractiva
Na turística respectiva
Com sua vida activa
Em prol de receitas
Para nós feitas
Como o melhor ouro
Num tempo vindouro.»
Os pintores chamaram
E as cores acertaram
Para terem nobre local
Numa visita ideal
Que se espera em quantidade
Pela atractividade
De árvore em sua vaidade
Que pouca não é
Conforme nela se vê.
Mas chega a fiscalização
Que pergunta pela licença
Das obras em execução
Respondendo eles que há pertença
Que veio de herança
E acrescento de terreno
Vindo de licitar pleno
Para a próxima festança
Em inaugurar que se visite
Apenas com convite.
Os fiscais querem ver
Documentos comprovativos
E são-lhes dados a ler
Forjados activos
Em papéis que parecem
Fidedignos a valer
Para os que se esquecem
Dos certos pormenores
Consentidos por cores
Apresentadas em valores
Que nem a árvore viu
Pois de imediato se sumiu
Tal prenda que subiu
Às mentes paradisíacas
Já em agências
De viagens com excelências
Em mordomias tão ricas.
Só que a fiscalização tem
Superior que tudo vê
Em gabinete mais além
Onde muito se lê
Como forte reprimenda
A toda a prenda
Obtida para lá
De um simples «Olá».
Neste caso, existe acção
De campo em seguimento
E ele, sua reprovação
Dá em momento
Que é imediato
Fazendo rir no acto
A árvore que já suspeitara
Com o que ali se passara.
A mármore é desmontada
Sendo ela ofertada
À população considerada
Com tal restituição
Retribuindo com plantação
De flores como prenda
A árvore que já é lenda
Pela geração de vida
Que em si é percebida
E que já foi percorrida
Por ela, cada vez mais jovem
Pois tantas flores, por bem
Lhe proporcionam alegrias
Durante todos os dias.
Fonte da imagem: Foto do Autor