O FIM DE UM REINADO
E a grande festa acabou. O Carnaval, um evento de misturas universais, onde todos possuem a mesma singularidade e os mesmos desejos. Ser feliz. Essa grande festa é a expressão nua e crua de palavras, de gestos, de visões, de sons e de mentes que fogem da realidade do cotidiano.
Uma comunicação sem precedentes, onde todos falam e sentem uma só energia.
O grande protagonista é o povo, que aborda ironicamente todos os males da nação, mesmo sabendo que a capacidade de sua expressão não irá modificar os fatos. É impossível não avaliar a alegria dessa gente que dança, pula, bebe e interage com tudo e todos gratuitamente. Uma verdadeira torre de babel, onde nenhum preconceito é avaliado.
A sensação transmitida nessa interação, é que todos nós somos livres e que dividimos sentimentos, linguagens, costumes e tradições.
Não importa se você é nativo ou não, o
importante é viver e se feliz.
Infelizmente, muitos confundem a razão pela qual essa
expressão se desnuda nas ruas, ou simplesmente tentam apagar a alegria com
violência e a solução é continuar exaltando as belezas do Rio de Janeiro como a
cidade maravilhosa, pois ela é, e isso é fato.
Uma cidade abençoada que transmite ao ser humano o que mais ele precisa a alegria. Mas não podemos esquecer que as autoridades desta cidade não compartilham da mesma opinião. É doloroso constatar que aos olhos destas autoridades, o carnaval seja sinônimo de ganância e de poder.
Descaracterizando a essência de uma festa popular. Deixando a corte do Rei Momo a mercê da própria sorte. Mas mesmo assim, o povo, e somente o povo, sustenta a alegria e a irreverência de mostrar a quem quer que seja o quanto somos naturalmente felizes, mesmo que esta felicidade tenha prazo tão curto de validade.
Marcos Pereira