Luis Amorim

O lugar do outro

O lugar do outro

Disseram-lhe que lugar
Do outro a considerar
Seria pela igreja a orar
E então foi caminhar
Até local de culto
Com religioso vulto
A recebê-lo na hora
E a responder na demora
Nula como de bem
Pessoa no seu trem
De viagem apalavrada
Sempre aconselhada
No sermão orada
Mas para o crescer
De tanto por requerer
Em ser melhor alma
Na mais bela calma.
O padre deu certa
Resposta desperta
Que acordaria qualquer
Desatento a valer
Sobre pergunta
Em visita junta
Com o lugar dito
Do outro no rito
«Ser na igreja
E onde se veja
Caminhando sozinho
Ou com seu vizinho
Na sempre ocasião
Um amigo de excepção
Como se a família
Fosse toda homilia.
Assim, o lugar tal
Do outro por ideal
É em parte geral
Na total abrangência
Sem outra incidência
Que não o saber
Colocar-se no ver
E pensar de outrem
Sem haver desdém
Apenas o partilhar
De vida a respirar
Em conjunto orando
À medida do caminho
Que se for desbravando
Nunca por sozinho
Mas sempre nas mãos
Dadas como irmãos.»

Fonte da imagem: Foto do Autor

Mostrar mais

Luís Amorim

Luís Amorim, natural de Oeiras, Portugal, escreve poesia e prosa desde 2005. Tem já escritas cerca de 2800 histórias com 106 livros de ficção publicados, entre os quais, um primeiro em inglês, "Cinema I", onde responde por 28 heterónimos (em prosa e poesia). Dos livros em prosa, tem vinte e oito da série “Contos”, “Terra Ausente”, “A Chegada do Papa” e dois livros de “Pensamentos”. Na poesia, igualmente diversas séries de livros têm alguns volumes, como “Mulheres”, “Tele-visões”, “Almas”, “Sombras”, “Sonhos”, “Fantasias”, “Senhoras” e o herói juvenil “Esquilo-branco”. Todos estas obras de poesia citadas, integram os designados contos poéticos, assim identificados pelo autor, aos quais se acrescentam “Lendas”, “Campeões”, “Músicas”, “Turismo”, “Palavras”, "Flores", “27 Flores”, “Todas as Flores” e mais outros sete do universo “Flores”, onde este elemento surge em todos os enredos, como por exemplo “A ceia do bispo e outros contos poéticos”. A escrita também foi posta em narrativas poéticas, “Beatriz” (inspirada na personagem de "A Divina Comédia" de Dante Alighieri), “Paz”, “O Viajante”, “O Sino”, “A Sereia” e “O Mapa”, este com 3016 versos. Ainda a registar em poesia, “Refrões”, “Sonetos”, “Trovas” e quatro volumes de “Canções”. Dois livros foram publicados segunda vez, então com ilustrações de Paulo Pinto (“Almas”) e Liliana Maia (“Fantasias”). Luís Amorim foi seleccionado por 312 vezes com contos e poemas seus em concursos literários para antologias em livros, revistas e jornais em Portugal, Brasil, Suíça, Colômbia, EUA, Inglaterra e Bangladesh. É colunista da revista “Entre Poetas & Poesias” a partir de 2022 e integrante desde 2021 do Coletivo “Maldohorror”, onde histórias suas são publicadas em ambos os sítios, com regularidade. Tem igualmente publicados 32 livros de Desporto (Automobilismo, Hipismo, Futebol, Vela, Motociclismo) e 4 de Fotografia, o que somando aos 106 de ficção, perfaz um total de 142 livros publicados.

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo