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Com tanta dor guardada no peito,
pelos amigos que perdi,
movimentos que não terei mais,
um sofrimento intenso que não se acaba.
Eu que do meu jeito amava a vida
apreciava as coisas belas
através de apenas um olhar
e escrevia sobre elas sempre.
Com os olhos embaçados,
por um choro guardado,
pela dor que sinto intensamente
e nada posso fazer para contê-la.
Mesmo com os olhos comprometidos
os quais consegui tornar definidos
e ao menos espero que seja assim.
O que sobrou de mim?
Destra sou e não consigo mais…
Nada faço sem sentir dor.
Cada movimento é uma lágrima
que corre do meu rosto e cai no infinito.
Caminho com dificuldade,
mas sou ativa, quero continuar
e não sei se vou conseguir.
Preciso lutar. vencer, viver!
Destroem-se tudo o que tenho:
os olhos, as pernas, o sorriso,
elas, as minhas preciosas mãos,
todo o meu tesouro em ruinas.
O que sobrou de mim?
Angela Moreira
