Texto: Caminhão sem freio
É tão pouco o que se deve ceder
Diante do muito que se rouba sem ver
Para enchergarmos o valor
Daquilo que se tem sem ter noção
É preciso a ausência e comoção
Causando a falta e a confusão
Um caminhão de coisa errada
Circula a torto e a direita
Sem tributo e sem taxa
Com benefícios sem queixa
E a labuta honesta e justa
Paga dobrado para abastecer
O bolso, o ego e a soberba
De quem não quer padecer
A não ser que seja para o “Eu”
O “Tu” e os “Vós” que se danem
Quem segura o cajado e controla
Quer mais é que os outros dancem
E nessa coreografia desordenada
Não se sabe o fim do show
O público segue batendo palma
E o olhar no amanhã acabou
É o choro que desce por dentro
Seco e amargo sentindo a dor do Mundo
Doente egoísta em fase terminal
Dando vida a um caminho sem futuro
É o caos que mais uma vez se instala
Uns são para todos e muitos só para si
Mas quem sabe, Deus, essa voz não se cala
E a gente consiga de novo seguir
Eu sei que eu por aqui paro triste
Sem mais delongas nesse clamor
Rogando para que sigam livres
Caminhões cheios de vida, paz, justiça e amor!
Esse texto de 27 de maio de 2018.
Reportando aqui em 30 de Abril de 2023.
Josileine Pessoa Ferreira Gonçalves
Imagem: https://pixabay.com/images/id-5366525/