Josilene Pessoa

Texto: Caminhão sem freio

É tão pouco o que se deve ceder
Diante do muito que se rouba sem ver
Para enchergarmos o valor
Daquilo que se tem sem ter noção
É preciso a ausência e comoção
Causando a falta e a confusão

Um caminhão de coisa errada
Circula a torto e a direita
Sem tributo e sem taxa
Com benefícios sem queixa
E a labuta honesta e justa
Paga dobrado para abastecer
O bolso, o ego e a soberba
De quem não quer padecer

A não ser que seja para o “Eu”
O “Tu” e os “Vós” que se danem
Quem segura o cajado e controla
Quer mais é que os outros dancem
E nessa coreografia desordenada
Não se sabe o fim do show
O público segue batendo palma
E o olhar no amanhã acabou

É o choro que desce por dentro
Seco e amargo sentindo a dor do Mundo
Doente  egoísta em fase terminal
Dando vida a um caminho sem futuro
É o caos que mais uma vez se instala
Uns são para todos e muitos só para si
Mas quem sabe, Deus, essa voz não se cala
E a gente consiga de novo seguir

Eu sei que eu por  aqui paro triste
Sem mais delongas nesse clamor
Rogando para que sigam livres
Caminhões cheios de vida, paz, justiça e amor!

Esse texto de 27 de maio de 2018.

Reportando aqui em 30 de Abril de 2023.

Josileine Pessoa Ferreira Gonçalves

Imagem: https://pixabay.com/images/id-5366525/

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Josileine Pessoa F. Gonçalves

Nascida no município de Niterói – RJ, Moradora de São Gonçalo, onde tambem cursei a maior parte dos estudos no Colegio Estadual Nilo Peçanha. Formada em Letras/Port. – Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Trabalho na área da educação e ensino de inglês. Atualmente ministrando aulas de Produção Textua na rede particular de ensino e aulas de inglês online. Faço parte do Coletivo de Escritoras Vivas de São Gonçalo desde o segundo semestre de 2022 e sou membro da União Brasileira de Trovadores, a UBT São Gonçalo, desde Janeiro de 2023. Colunista da Revista Entre Poetas e Poesias, além da coluna com textos variados, ofereço aos leitores minha "escrevivencia" atípica na Série "Diário de um espectro chamado mãe, onde é possível encontrar textos diversos dentro do universo autista. Sou casada, mãe de dois filhos autistas, poeta, escritora e trovadora sempre gostei de compor e escrever sobre vida e sociedade. Inclusive com composições, paródias e versões para uso educacional. 

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