Josilene Pessoa

Poema: A flor despedaçada

A flor despedaçada

Eu LUTO pra não chorar…
Choro de olhos fechados pra não ver…
LUTO pra não sentir a dor do mundo…
E por dentro a luta é maior do que se pode ver.
Nunca haverá água nem sabão suficiente
Pra limpar essa podridão
Jamais conseguirei apagar da mente
A imagem de tanta covardia que já tatuou o coração

E o perdão não haverá de varrer
Pra debaixo do tapete tanta hipocrisia
A mão do carrasco nunca será tão pesada Quanto a esse tipo de covardia

A menina que perde a flor do seu jardim
Como quando se corta toda uma plantação
Com o mal plantado dentro de si
Ela tão menina sem o poder de decisão
Dói tanto no peito a impotência no agir
Discussão do que é direto
Quando não há o que discutir

Volto ao LUTO por tantas “elas”
Por favor, isso tem que parar!
LUTO comigo mesma aqui dentro
Segurando a raiva e o nojo que dá

Que líquido é esse da memória
Que ninguém ainda foi buscar
Pra apagar de dentro DELA uma história
Que jamais ela quis “autorar”
Tira dela esse bicho papão
Para que o próprio mundo ela possa DESENHAR…

Esse texto pode não lhe trazer um sorriso
Mas a reflexão nele talvez seja preciso
Foi baseado num fato ocorrido
Esse replay precisa ser contido…

Josileine Pessoa F Gonçalves

Imagem I:
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Imagem destacada:
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Josileine Pessoa F. Gonçalves

Nascida no município de Niterói – RJ, Moradora de São Gonçalo, onde tambem cursei a maior parte dos estudos no Colegio Estadual Nilo Peçanha. Formada em Letras/Port. – Inglês pela Universidade Estácio de Sá. Trabalho na área da educação e ensino de inglês. Atualmente ministrando aulas de Produção Textua na rede particular de ensino e aulas de inglês online. Faço parte do Coletivo de Escritoras Vivas de São Gonçalo desde o segundo semestre de 2022 e sou membro da União Brasileira de Trovadores, a UBT São Gonçalo, desde Janeiro de 2023. Colunista da Revista Entre Poetas e Poesias, além da coluna com textos variados, ofereço aos leitores minha "escrevivencia" atípica na Série "Diário de um espectro chamado mãe, onde é possível encontrar textos diversos dentro do universo autista. Sou casada, mãe de dois filhos autistas, poeta, escritora e trovadora sempre gostei de compor e escrever sobre vida e sociedade. Inclusive com composições, paródias e versões para uso educacional. 

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