Tem dia que eu tô sofrida, doida
Que “Nem um dia” de Djavan
Tem dia que tô revolucionária, atrevida
Igual a Legião de quem sou fã
Tem dia que tô “mais que demais”
Linda que nem Caetano canta de cor
Tem dia que tô “Maria como outra qualquer
Nascendo em Milton na força e no suor
Tem dia que tô no xote das meninas
De Gonzaga até Marisa Monte
Tem dia que tô Madalena da esquina
A Elis e a Regina que lhe conte
Tem dia que tô “só louco” no amar
Sentada com Nana a Caymmi na bebiba
Tem dia que tô doce, dengosa, polida
Alcione já disse: Melhor é ser atrevida
Tem dia que tô “exagerada”, jogada ao pés
Feito Cazuza largando tudo até a carreira
Tem dia que tô sem “motivo pra ir embora”
Enquanto o amigo Tim se foi de carrera
Tem dia que tô que é só saudade
Das notas, do violão, do bar e da mesa
Tem dia que tô o M o P e a Brasilidade
Saudade da poesia cantada com destreza
Josileine Pessoa F Gonçalves
Imagem: Arquivo da autora
