Cleia Nascimento

Brincando com Manuel de Barros

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Brincando com Manuel de Barros

O transporte público lotado
Que mesmo correndo perdi,
No temporal daquele dia
Deixou-me poesia…

A vendedora de balas
Com o filho nos braços,
E sorriso isento de alegria
É importante para a poesia…

O cansaço do ancião
Desenhado pelos anos
Nas linhas de suas mãos
É arte preciosa para a poesia…

A apatia do funcionário
Que somente cumpre horário,
Displicente, sem energia,
Muito serve à poesia…

O arroz que queimou
Por segundos de distração
Em que viajamos em fantasias
Alimenta a poesia…

O amor não correspondido,
O dever não cumprido,
A solidão em noites frias
São prato cheio para a poesia…

Da falsa felicidade,
Das líquidas amizades,
Das redes sociais a hipocrisia
Socorre-me a poesia…

Tudo o que não se explica,
Tudo aquilo que não se aplica,
Que dá frio no estômago, agonia
Acaba em poesia…

Cleia Nascimento

Fonte da imagem: pixabay.com/pt/photos/álbum-de-poesia-um-livro-couro-3433271/

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Cleia Nascimento

Transformo minhas singelas impressões em versos. Sou graduada em Letras (Português/Espanhol) pela UFF. Pós-Graduada em Leitura e Produção Textual, também pela Universidade Federal Fluminense. Atuo como professora de Língua Portuguesa e Literatura na rede estadual de educação do Rio de Janeiro. Também leciono na rede municipal de ensino de São Gonçalo. Sou autora do livro "Impressões em versos" e "Mamãe, brinca comigo?" (infantil). Tenho poemas publicados em algumas antologias poéticas nacionais. Contatos: e-mail cleia.chgui@gmail.com ou pelo Instagram @cleia_escritora.

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