Colei da FFP-UERJ

Entramos em um “Time de Escritores”

Entramos em um “Time de Escritores”

Um adendo reflexivo que nos insere formalmente no “Time de Escritores”

 

Fonte Heloisa Carreiro

Nós do COLEI (Coletivo de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias e Educação Infantil da FFP/ UERJ) entendemos que as Linguagens são produções humanas, arquitetadas nas interações com os seus pares, que por meio delas tentam compartilhar os sentidos que conseguem, sempre provisoriamente imprimir, às experiências humanas que vivenciam em interação com si mesmo, seus semelhantes, a natureza, o mundo natural e sobrenatural. Além, da constante atividade (re)interpretativa aos contextos sociais e culturais, que arquitetam para sua própria existência resistência e composição de alteridades, dos (des)encontro e estranhamentos das narrativas e biografias que produzimos, enquanto vamos vivemos nossas vidas singulares, em um mundo constituídos de 7,8 bilhões de pessoas, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

Assusta-nos a consciência de que diante desse número populacional, neste momento em que escrevemos, poucos decifrarão o que escrevemos em nosso idioma. Mas, não é o público que importa são as interações que podem nascer dos leitores que interagem com este “Time de Escritores”. E, nesses tempos, estar vivo podendo escrever aqui na “Entre Poetas e Poesias” é um presente. Apesar do triste momento de luto mundial, no qual segundo a reportagem de Matheus Magenta da BBC News Brasil em Londresum terço da população morreu de Covid-19 <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56607007>. Diante de uma população mundial de 7,8 bilhões de pessoas, pode ser arrogante, mas nos perguntamos quem nos lê?! Alguém, nos lê? Acho que ninguém sonha ser lido por 7,8 bilhões de pessoas. Bem… nem mesmos nós do COLEI não escrevemos para esse público.

Escrevemos para os vivos.
Escrevemos porque estamos vivos.
Mas também escrevemos sobre aqueles que se foram em um caixão,
e sobre os que nem caixão tiveram…
Às vezes, escrevemos de saudades,
por quem partiu de ônibus, trem, avião
e/ou por quem optou, caminhar pelo mundo
e meteu o pé na estrada…
Entre esses que vagam procurando seu lugar no mundo,
sonhamos que entre eles estão os desaparecidos,
para quem escrevemos, por uma aparição.
Escrevemos para aqueles que partiram por paixão
e por aqueles que prometeram nunca mais voltar a pisar neste chão.
Escrevemos para crianças que exploram o chão,
por aquelas que ficam de mal pra sempre,
por dois minutos
e voltam a se falar por conta de bolinhas de sabão.
Escrevemos para escutar nossas próprias palavras.
Escrevemos para que os outros,
nosso pequeno grupo de leitores,
que nos escutam por meio da escrita,
reclamem, que está chato e mal escrito…
Sem essa escuta… como aprender a escrever melhor?!
Escrevemos para que as palavras não morram conosco.
Escrevemos porque nos foi dado o privilégio da Alfabetização.
Escrevemos o que nos dói,
sobre o que dilata a pupila,
sobre se sentir impotente e se indignar com a paralisia
de não conseguir descobrir o que fazer.
Escrevemos para entender a nós mesmos
e na escrita reflexiva, buscar entender os sentidos
do que o outro entendeu
e/ou quer os dizer do que escrevemos…
Se 7,8 bilhões de pessoas,
lessem o que escrevemos,
seria um tanto triste
e meio que um tormento
(com tanta coisa no mundo pra se ler,
imagina todo mundo se “virasse” a nos ler…
parece-nos pobre pensar que o mundo inteiro,
se dedicasse a ler a mesma coisa…
-Estanho, não?!)
Escrevemos para leitores ordinários
e sempre pensando
que o primeiro leitor é o escritor.
E, nos basta leitores de perto,
que ora nos façam breve elogios,
mas que nos lendo façam críticas
ao nosso frágil telhado de palavras e versos.

 

Queremos dizer que vamos atuar nesse “Time de Escritores”, mobilizando diferentes linguagens articuladas, às escritas poéticas e literárias (e ou coisas parecidas ao time que joga com as palavras com mais tempo no gramado literário das goleadas de poesias), pois todas nós, as Coletes, apelido dos membros do COLEI, somos sementes e brotos na obra de florir poesias ao mundo. Também queremos afirmar que o que estamos “rascunhando nesse adendo”, sobre o campo da filosofia das linguagens, pode ser original, na sua arquitetura escriturística como nos ensina Certeau.

Todavia, assumimos o sério compromisso de brincar de poemas mobilizando: leituras de mundo, pensamentos, linguagens, partilha de produção de sentidos, nos constantes ensaios de estruturação estéticas da palavra escrita, podendo estar muitas vezes articuladas a outras linguagens de modo autoral, exploraremos: desenhos, fotografias, pinturas, bricolagens, anexo de sonoplastia que acompanhem a linguagem escrita, gifs, micro vídeos, etc. Informamos que não entramos nesse “Time de Escritores” sozinhas, pois somos polifônic@s, isso implica que um conjunto de estudiosos (Bakhtin, Benjamin, Candido, Tomasello, Vygotsky, Malaguzzi, Albano, Derdyk, Boerboom, Proetel, Smolka, etc.) que nos ajudam a constantemente refletir sobre a função social das linguagens para o ser humanos: por meio delas falam de si, expressam o que entenderam o que lhe comunicaram a linguagem escritas e as outras linguagens presentes, como exercícios constantes cotidianos de comunicação. Se o corpo humano tem o sangue correndo por todo seu corpo, sendo bombeado pelo coração o mantendo vivo. Nós do COLEI temos a Palavra e outras linguagens a ela se articulando, por todas as nossas ações, mas o nosso Coração que bombeia estas Palavras.  Buscaremos semanalmente estar aqui batendo bola com as Palavras.

(Imagens e texto de Autoria de Heloisa J. Strega Carreiro)
Fonte  da Imagem: Autoral – Heloisa Carreiro

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