Último Lance?
Os peões, vão à frente, forçados a fazerem apenas esse movimento. Se tiverem a sorte de estarem no lugar certo, no momento certo, poderão até fazer um movimento um pouco maior comparado a outros peões, mas somente no início do jogo. Apenas uma chance. E não podem voltar atrás. Sua velocidade é limitada e são extremamente frágeis. O peão que for colocado no alto do sistema poderá se transformar em quem ele quiser, ou em quem alguém ordenar que ele se transforme. Esse é um dos motivos, numa ávida busca pelo poder, que eles se matam e, normalmente, são os primeiros a morrer.
As torres como qualquer outra construção, podem ir apenas para frente – ratificando o seu valor imobiliário e/ou financeiro – ou para trás, lembrando a fugacidade do valor do bem material. O seu poder pode ser avassalador para quem detém controle sobre ela. Mas sua queda, quando ocorrida, é trágica e irreparável.
Os bispos, não são capazes de passar por cima de todos os outros, mas caminham na transversalidade do jogo. Passeando diagonalmente no tabuleiro da vida e mostrando o seu pseudopoder a quem quiser ouvir ou se aproveitar dele. E aproveitam-se desse poder, de forma imperativa ou velada – Percebendo ou não.
O cavalo, como instrumento de guerra mas também representando as forças naturais, revela o seu poder estratégico tanto para seu uso bélico quanto pacificador. É difícil de entender seus movimentos e seja qual for a ótica pela qual ele é percebido – Ele sempre passa por cima de tudo e de todos.
A Rainha, ah, a Rainha. Ela pode tudo. Pode ir para onde quiser dentro do jogo. Ela conquistou isso e com essa conquista, recebeu um pacote de responsabilidade tão grande, que capturá-la ou imobilizá-la é meio caminho andado para a derrota. Ela precisa ser protegida, mas ela precisa ser movimentada… Ó, paradoxo!
E o Rei – Grande ou pequeno Rei! Tem o título, mas nem sempre tem o poder. Pode fazer o que quiser, ir para onde quiser, voltar atrás quando quiser. Mas, muitas vezes – senão todas – todos os outros determinam o que ele tem de querer. E se ele quiser se arriscar, ele pode. Ele pode fazer o que quiser. Mas todos vão pagar o preço de sua arrogância. Ou da sua coragem. Que Rei é ele? Quem é o Verdadeiro Rei?
E no tabuleiro da vida, onde a verdade absoluta e a mentira deslavada são representadas por cores contrastantes, sem lugar pra um tom intermediário, uma verdade relativa, um meio-tom, um acinzentado ou um meio termo, as peças do mar da Humanidade escolhem em qual cor ou caminho irão dar seus pulos e navegarão..
E o caos institucionalizado gera muitos vírus nesse sistema, todos os dias. Afetando o movimento de cada peça.
E após muitos movimentos, e muitas baixas, um vírus entra no sistema.
E o sistema dá um xeque-mate em si mesmo.
Ou será um Cheque sem fundos e um Mate ou morra?
Esse jogo não pode ser reinicializado. Só pode ser e será substituído por algo muito superior, que não é um jogo de peças marcadas pelo sistema. Um Reino que jamais será destruído. Viverá e fará viver, para Sempre. Sabe onde encontrá-lo?