Projeto 16 horas de escrita – “Bruxa-Demônio” – Heloisa Carreiro

Autoria: Helô Carreiro – Desenho em lápis de cor

 

As pessoas se assustam,

quando me afirmo Bruxa.

Mas eu nunca disse que era fada.

 

Minha lei é justiça:

aqui se faz aqui se paga,

combinou tem que pagar,

trabalhou recebeu…

 

O que é certo, é o certo,

por favor, sem exceção nessa lei.

 

Sempre assumi meus demônios.

E quando me assumo Bruxa,

as pessoas não enxergam meu chapéu,

se me enxergam Bruxa,

é porque não fui para elas

a fada idealizada

e que nunca prometi ser…

 

Colocam-me o chifre de seus demônios.

Eu não me incomodo,

é só um adorno diferente do chapéu,

ele não muda quem sou.

Não muda minha história,

a tradição que desde a infância fui criada:

tua palavra é tua lei e o certo é o certo.

 

Sou bruxa pra mim.

Demônios para outros.

Enquanto, a justiça me reger,

a forma que me veem não é problema.

Sou o que sou pra mim,

mas não deixo de ser o que os outros me veem.


.


HELÔ STREGA CARREIRO – Pedagoga e doutora em Educação. Por muitos anos foi professora de Educação Infantil, atualmente é professora da FFP-UERJ. Apaixonada por poesia, anda rabiscando por aí e sonhando em ser POETA. Os seus primeiros rabiscos poéticos públicos nasceram na Confraria da Poesia Informal. Atualmente coordena o COLEI da FFP-UERJ que dentre suas ações de ensino, pesquisa e extensão, investe no trabalho de mediação literária e participa da coluna do COLEI na Revista entre Poetas e Poesia

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Um Comentário

  1. Olá, Helô!
    É interessante o quão certo e o quão errado estão as pessoas a respeito do outro. Importa mesmo a imagem que vemos diante do espelho ou aquela a nos assaltar o pensamento.
    Gostei de ler seu texto.

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