As Sete Faces da Mulher Gonçalense
Olá, leitor querido! Conhecem o “Poema de Sete Faces” de Carlos Drummond de Andrade? Fiz uma releitura desse incrível poema no projeto Escritoras Vivas. Compartilho essa minha “brincadeira” com as palavras hoje com vocês!
As Sete Faces da Mulher Gonçalense
Quando menina, um anjo otimista
Desses teimosos e sonhadores
Disse: Vai, Cleia! Ser professora em SG
Corpos morenos e suados
gritam produtos no centro do Alcântara
Conseguiria ver a linda São Pedro
Não fosse o elefante branco de concreto
A condução cheia de braços para o alto
Segue lento percurso na troca de odores
Por que tanta labuta, graças a Deus no Rodo
Mas não desisto da grandiosa missão
A mulher tem semblante estático
É triste, simples e forte
Não expressa suas angústias
Só tem monossílabos nos lábios
A mulher carregando o peso do seu dia.
Meu Deus, por que me fizeste mulher-professora
Se sabias que eu não desistiria
Se sabias que eu não era fraca.
Grande e quente São Gonçalo
Se eu não lecionasse todos os dias
Não sei como seria
Grande e quente São Gonçalo
Enche de energia meu coração
Eu não devia falar
Mas esse pôr do sol nas Pedrinhas
Mas essa Brahma gelada
Fazem bagunça na minha emoção
Por Cleia Nascimento
@cleia_textos