Poemas da Madrugada – Uma Oração
Levanto, me lançando ao chão
De joelhos dobrados e curvos
Enquanto meus ombros tocam
Aos lençóis embolados na cama
E tomado ao cansaço e a fadiga
Insisto e forço do meu coração
Que meus olhos fiquem no espaço
E minha mente em terra no chão
Venha a mim ó palavras serenas
Enquanto prostado estou no barro
Para um encontro sem vista às segas
Aquele que tudo vê e sabes bem
Início meus versos falados
Em sussurros inaudíveis e calados
Sem postura erudita, ao planalto
Prossigo apenas em terra plana
Para que o brilho prolongue
O caminho no escuro e sombrio
Da vida humana, em meio ao espírito
Nos braços visíveis da alva… ó alma
Que o supremo lhe tome ao fim
Retire os laços, pago a carmesim
No madeiro o pecado, cessou a mim
E as clarezas da vida radiaram assim
Como lampiões sem fonte renovável
Clareando ao mundo do mais belo alto
Refúgio celeste, palácio divino, excelente
E aos poucos minha voz transparece na cama
Então após horas e horas humanas
Estico meus braços cansados na cama
Levanto do chão meus joelhos ralados
E abro meus olhos para quem me ama
Agradeço ao Senhor por tal relação
Em segredo lhe busco em meu colchão
Deitado na cama ou de joelho no chão
Agora descanso com satisfação
Após essa bela, extensa oração.
Imagem Autoral